STJ barra tentativa de anulação e mantém decisões judiciais da Operação Lama Asfáltica. Vai vendo!

Delegado da PF Cleo Mazzotti e o ex-governador Puccinelli quando depôs na PF sobre a Lama Asfáltica

Até que o ex-secretário estadual adjunto de Fazenda, André Luis Cance, tentou anular as decisões judiciais da 4ª etapa da Operação Lama Asfáltica, mas ministra Laurita Vaz, do STJ (Superior Tribunal de Justiça), negou o pedido, mantendo as investigações das fraudes em licitações e desvios de recursos públicos em Mato Grosso do Sul.

Segundo o site Midiamax, André Cance alegava fraude processual e parcialidade da juíza federal responsável pelo caso, por isso, pedia a anulação dos feitos. Por meio da defesa, ele alegou que a operação foi deflagrada a partir de decisões judiciais confeccionadas quando as representações da Polícia Federal se encontravam ainda com o Ministério Público.

Neste sentido, o ex-secretário acionou o STJ após ter o pedido de anulação negado pelo TRF3 (Tribunal Regional Federal da 3ª Região), que, em sua sentença, entendeu que a tese da defesa seria uma tentativa de anular a operação, “valendo-se de acusações infundadas e graves acerca da imparcialidade do magistrado ou do próprio órgão ministerial”.

Para a ministra Laurita Vaz, relatora do recurso em habeas corpus, as inconsistências encontradas na autuação das medidas cautelares foram devidamente justificadas pelo juízo federal de primeiro grau, “com alicerce na realidade dos autos, que demonstrou de forma adequada a marcha processual tomada, sem qualquer irregularidade aferível na via de cognição sumária do rito de habeas corpus”.

Segundo a magistrada, é importante prestigiar, também no processo penal, os princípios da instrumentalidade das formas e do pas de nullité sans grief (não há nulidade sem prejuízo), razão pela qual a nulidade de atos processuais deve ser declarada somente quando comprovado prejuízo para a parte – o que não foi evidenciado no caso.

Lama Asfáltica

Em julho de 2015, a força-tarefa composta pela Polícia Federal, Receita Federal e CGU (Controladoria-Geral da União) deflagrou a primeira fase da Operação Lama Asfáltica, com o objetivo de desarticular uma organização criminosa especializada em desviar recursos por meio de fraudes em licitações e contratações públicas.

As investigações iniciaram em 2013 e apontaram a existência de empresas em nome de integrantes de grupo criminoso e de terceiros que superfaturavam obras públicas, por meio de fraudes em licitações e corrupção de servidores públicos. As empresas investigadas atuam no ramo de pavimentação de rodovias, construção de vias públicas, coleta e limpeza pública, entre outros.

Ao todo, foram sete fases, sendo a última delas a Operação Motor de Lama, deflagrada em novembro do ano passado, para apurar desvios decorrentes de supostas fraudes em licitações para contratação de serviços de emissão de Carteira Nacional de Habilitação, vistoria veicular, além de aquisição fictícia de produtos.