A senadora Soraya Thronicke (PSL-MS) entregou ao superintendente em exercício da Polícia Federal, Fernando Araújo Campos, laudo atestando que teve montagem no áudio em que sugere ataques contra a ministra da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Tereza Cristina. Além disso, a parlamentar sul-mato-grossense pediu a instauração de inquérito pela PF, pois se considera vítima de “uma verdadeira organização criminosa, de forte atuação digital”.
Segundo o site O Jacaré, Soraya Thronicke diz que objetivo é atingir sua honra e semear discórdia entre os parlamentares. Durante o encontro com o superintendente em exercício da PF, a presidente regional do PSL pediu a apuração para punir os responsáveis pela fake news. O áudio viralizou em grupos de aplicativos e nas redes sociais. Para a senadora, o único objetivo era semear a intriga com os demais parlamentares de Mato Grosso do Sul, já que também citam ataques aos senadores Nelsinho Trad (PSD) e Simone Tebet (MDB).
Para reforçar o pedido de investigação, Soraya anexou o laudo elaborado pelo perito Duílio Gagliardi Rolandi. Ele identificou 15 pontos de edições na fala atribuída à senadora sul-mato-grossense. “Diante de todo exposto concluiu este signatário que através dos exames técnicos realizados confirma-se que o arquivo multimídia NÃO É FIDEDIGNO, pois há 15 (quinze) pontos de edições constatados, registrando supressões de falas, respirações, sílabas, além de outras anomalias”, pontuou o profissional.
“Verificou-se ainda que além das 15 (quinze) edições constatadas, com possíveis inserções de outros contextos, também foi evidenciado que o áudio foi acelerado, possivelmente com o intuito de reduzir a inteligibilidade de algumas palavras”, destacou.
“Por fim, indica-se fortemente que a gravação peça de exame não é apenas produto de edição de um único e mesmo arquivo, pois há indícios de que o mesmo foi construído com a utilização de mais de 01 (uma) gravação. Constatou-se isso a partir das trocas rápidas nos padrões de fala, com entonações diferentes em trocas de palavras precedentes e subsequentes. Além disso, o áudio como um todo, possui informação de voz até 4khz, mas no trecho presente entre 01min28seg e 01min29seg, existe informação até 12khz, o que indica a utilização ao menos duas fontes diferentes no mesmo arquivo”, concluiu Duílio Gagliardi Rolandi.
“Mais que extrapolar a liberdade de expressão, os fatos aqui descritos revelam condutas praticadas por uma verdadeira organização criminosa, de forte atuação digital e com núcleos bem definidos de produção e publicação, com a nítida finalidade de atentar contra mim para criar um ambiente político desestruturado e divorciado da realidade”, ressaltou Soraya no ofício encaminhado ao superintendente da PF.
“Diante de todo o exposto, em razão dos diversos crimes praticados pela construção e difusão do áudio que simulou uma conversa que jamais existiu, requeiro a esta Autoridade que seja realizada a devida apuração dos fatos acima descritos, com a juntada dos documentos anexos e posterior produção de todas as provas necessárias para posterior propositura de eventual Ação Penal, além das reparações civis de estilo pelo mau perpetrado”, afirmou, sinalizando que irá à Justiça contra a propagação do vídeo.
Ela também pediu a inclusão do caso no inquérito das fake news, que tramita no Supremo Tribunal Federal. Soraya Thronicke é cotada para assumir o comando do União Brasil em Mato Grosso do Sul, partido a ser criado da fusão do PSL e do DEM, que terá o maior tempo no horário eleitoral gratuito e também a maior fatia do fundo eleitoral.