Para fugir da fiscalização áerea, traficantes usam novas rotas e apreensões de cocaína aumentam

Com o advento da “Lei do Abate”, que permite que os caças da FAB (Força Aérea Brasileira) possam derrubar qualquer aeronave que seja considerada hostis no espaço aéreo nacional, os traficantes de cocaína tiveram de mudar a logística e passaram a utilizar mais o transporte terrestre.

 

No entanto, ao invés de continuar entrando com a droga por Corumbá (MS), que faz fronteira com a Bolívia, eles estão entrando no Paraguai e, de lá, ingressam no Estado por Ponta Porã (MS).

 

Porém, a PRF (Polícia Rodoviária Federal) já descobriu a mudança de rota e o resultado é que a quantidade de cocaína apreendida em Mato Grosso do Sul pela força de segurança teve um aumento de 106%, na comparação entre 2021 e 2022.

 

Ao todo, foram 10,7 toneladas no ano passado e 5,2 toneladas no ano anterior, enquanto na comparação dos últimos cinco anos é ainda mais expressiva, resultando em aumento de 362% – em 2017, foram 2,2 toneladas.

 

Segundo a PRF, novas tecnologias têm ampliado as formas de apreensões e fiscalizações de drogas, por parte da corporação. Ainda assim, segundo ele, o aumento do mercado consumidor e produtor também pode ser uma das causas, bem como a utilização de novas rotas, sobretudo as que envolvem a região de fronteira com o Paraguai.

 

A PRF ressalta que a cocaína apreendida em Mato Grosso do Sul costuma ser produzida na Bolívia, o que exige passar pelo município de Corumbá. Por isso, é mais comum que a droga apreendida tenha, na sua maioria, sido produzida na Bolívia com ingresso via Corumbá, Paraguai – Ponta Porã e região – e Mato Grosso.

 

Entretanto, a PRF observa que há um aumento no fluxo desse produto por meio de Ponta Porã, município que faz fronteira direta com o Paraguai. Antigamente, era raro cocaína via Ponta Porã. Atualmente, está um pouco mais comum, por ser uma região com mais vias de acesso que Corumbá.

 

Em uma das maiores apreensões feitas em 2022, foram encontrados 607 quilos de cocaína em Terenos. Em depoimento, o motorista admitiu que tinha pegado a carga em Corumbá e iria até São Paulo. Entretanto, diversas outras apreensões foram feitas em municípios da região fronteiriça com o Paraguai.

 

Em setembro, uma carreta que transportava carne suína foi encontrada com mais de 500 quilos da droga pela PRF em Dourados, na BR-163, e também iria até o estado paulista. No mesmo mês, em Caarapó, também na região, havia 457 quilos de cloridrato de cocaína, que vinha de Paranhos e também tinha origem paraguaia. Com informações do site Campo Grande News