Levantamento da Serasa revela que a população inadimplente em Mato Grosso do Sul chegou a 991.092 pessoas no ano passado, um aumento de 25% na comparação com 2019. Além do número de pessoas, o valor médio da dívida também aumentou no período: em 2019, era de R$ 4.235,17; em 2020, passou para R$ 4.320,40; em 2021, chegou a R$ 4.316,89; e em 2022, saltou para R$ 4.815,44.
Em quatro anos, o número total de dívidas aumentou em mais de R$ 1 milhão: em 2019 o somatório era de R$ 2.425.216; em 2020, os números chegaram a R$ 2.599.761; em 2021, essas dívidas foram a um total de R$ 2.870.389; e em 2022, o número saltou para R$ 3.449.312.
Quando considerado o valor total desses débitos, em quatro anos, o montante aumentou em R$ 1,415 bilhão: em 2019, as dívidas somavam R$ 3,357 bilhões; em 2020, foram a R$ 3,526 bilhões; em 2021, o valor aumentou para R$ 3,926 bilhões; e em 2022, esse volume saltou para R$ 4,772 bilhões.
Segundo economistas, a facilidade de acesso ao crédito, os juros altos nas últimas décadas e a pouca expectativa de melhora de renda elevaram os números para patamares considerados altos. Para a Serasa, apesar do índice de desemprego ter caído de 13,1% para 8,7% nos últimos dois anos, na questão das dívidas, o raciocínio é outro e a tendência é, ainda, de aumento da inadimplência.
Normalmente, o fim de março é o período em que o número de negativados tem a primeira elevação do ano, porque a maior parte das empresas só colocam o número do CPF no grupo de devedores 90 dias após a compra não ser paga. Como o período natalino é de grande consumo, em março, historicamente, a inadimplência sempre sobe um pouco.
Um fator que fez com esse número de inadimplentes diminuísse uma única vez no ano passado foi o 13º salário, o que quer dizer que uma parcela dos trabalhadores utilizou o “salário extra” para quitar dívidas. Além disso, a Serasa destaca que o Feirão da Serasa, realizado em novembro de 2022, sem dúvida contribuiu.
Quanto ao perfil da dívida, a Serasa observou que a configuração de Mato Grosso do Sul difere da composição da maioria dos estados. Em quase todo o Brasil, o primeiro lugar é dos bancos e dos cartões de crédito, e a segunda posição é das contas básicas, como, por exemplo, água e energia.
Já em Mato Grosso do Sul, de todos os tipos de dívidas existentes, 32% delas são dos bancos e dos cartões de crédito, a segunda posição é do comércio varejista, com 15%, o terceiro lugar é das contas básicas, com 11%, e na quarta colocação, com 5%, aparece telecomunicações, como as contas de telefone móvel, fixo, internet e TV por assinatura.
Na questão de gênero, o perfil mostra que 50% dos inadimplentes são homens e os outros 50% são mulheres. No Brasil, 42% dos negativados são adultos e, no Estado, esse percentual é de 46%. Apesar de o número de negativados estar em quase 50% da população economicamente ativa em Mato Grosso do Sul, Thiago Ramos esclarece que nos casos dos estados do Rio de Janeiro e Amazonas isso já foi superado. Com informações do Correio do Estado