Christian Campoçano Leitheim, que está preso preventivamente pelo crime de homicídio qualificado e estupro de vulnerável, violentava sexualmente a afilhada de apenas 2 anos de idade, que foi assassinada em Campo Grande (MS) no dia 26 de janeiro. A comprovação está em laudo necroscópico divulgado nesta sexta-feira (3) pela Polícia Civil.
O laudo atesta que a menina sofreu “traumatismo raquimedular em coluna cervical e violência sexual não recente”. A Polícia Civil não informou se o estupro ocorreu há dias ou semanas antes da morte da menina, cuja mãe, Stephanie de Jesus da Silva, também está presa preventivamente pelos mesmos crimes.
Na certidão de óbito da criança, a causa da morte é descrita como trauma raquimedular em coluna cervical após ela sofrer ferimentos decorrentes de “força contundente” e “significativa”, que perfuraram os pulmões e causaram a lesão na coluna.
O inquérito policial foi relatado pela DEPCA (Delegacia Especializada de Proteção à Criança e ao Adolescente) e encaminhado ao Poder Judiciário. A criança morava com a mãe e o padrasto, além de outros dois irmãos (um deles filho de Christian com a primeira esposa), na Vila Nasser.
As crianças ficavam sob os cuidados de Christian Campoçano enquanto a mãe trabalhava. Na noite de 26 de janeiro, Stephanie da Silva chegou ao posto de saúde com a filha já sem vida. Foi então que as médicas evidenciaram lesões pelo corpo, inclusive nas partes íntimas da criança.
Também perceberam que ela estaria morta havia cerca de quatro horas. A mãe alegou que a menina estava passando mal desde o dia anterior, com dores na barriga, e que o padrasto batia como correção. Na data da morte, os dois afirmaram que a criança não foi agredida.
O pai biológico, Jean Carlos Ocampos, já tinha feito denúncias à Polícia e ao Conselho Tutelar, pois durante visitas observou machucados na filha. Ele percorreu uma verdadeira via crucis ao longo de 2022 para proteger a filha e obter a guarda. Registrou boletins de ocorrência e o caso foi registrado como maus-tratos.
Na época, Stephanie de Jesus e a mãe dela foram ouvidas na DEPCA, sendo que o inquérito foi concluído e enviado à Justiça. Por ter sido enquadrada numa conduta considerada menos grave, não houve instrução na Justiça. Ele compareceu perante juiz e promotor e o caso foi arquivado.
A criança foi levada à unidade de saúde 30 vezes e entre as passagens, com fratura na tíbia e até queimadura. A mãe informou ter sido acidental, nos dois casos. Sobre o fato de as lesões não terem levantado suspeita na equipe médica, a Sesau (Secretaria Municipal de Saúde) pontuou que ocorreu em apenas uma das vezes, da fratura na tíbia, que foi justificada pela mãe por uma queda.
“Os demais atendimentos não tiveram nenhum sinal de que ela poderia ter sido agredida. Em casos suspeitos, automaticamente os profissionais da unidade notificam os órgãos responsáveis. Como aconteceu, inclusive, quando ela deu entrada já em óbito”, explicou a Secretaria, que abriu procedimento interno para apurar as circunstâncias que se deram os atendimentos à menina. Infos Campo Grande News.