Justiça mantém preso homem que matou e queimou os corpos da esposa e da filha de 10 meses

Durante audiência de custódia realizada ontem (29), a Justiça converteu a prisão em flagrante para prisão preventiva de João Augusto Borges de Almeida, que confessou ter matado e queimada os corpos da esposa Vanessa Eugênio Medeiros, de 23 anos, e da filha Sophie Eugênia Borges, de apenas 10 meses de idade, em Campo Grande (MS).

Ele cometeu o crime na segunda-feira (26), no Bairro São Conrado e foi preso na terça-feira (27) após ir a uma delegacia registrar um falso boletim de ocorrência sobre o desaparecimento de mãe e filha, na tentativa de enganar os policiais e não ser considerado suspeito.

No entanto, no momento do registro do BO, equipes da 6ª Delegacia de Polícia Civil acionaram a DHPP (Delegacia Especializada de Homicídios e Proteção à Pessoa), que enviou agentes até o local e prenderam João de Almeida.

Logo depois, ele confessou o crime, alegando que passava por problemas emocionais e financeiros no relacionamento e a esposa queria se separar, mas ele se recusava e dizia que não queria pagar pensão.

Em depoimento à Polícia, conforme o delegado de Polícia Civil Rodolfo Daltro, o réu não demonstrou arrependimento e detalhou como cometeu o crime, afirmando que isso era melhor do que pagar pensão.

Rodolfo Daltro ainda disse que o jovem foi “extremamente frio” ao estrangular e queimar os corpos da esposa e da filha. Além disso, sem antecedentes criminais, ele premeditou toda a ação por dois meses e decidiu matá-las durante seu intervalo de almoço.

“Saiu para trabalhar de manhã e, por volta das 15h30, voltou para casa já decidido a praticar o crime”, destacou o delegado, que descreveu cronologicamente a ação de João de Almeida, que trabalhava como estoquista em uma loja de conveniência.

“Deu um brinquedo para a criança, chamou Vanessa para conversar sobre o relacionamento, aplicou um mata-leão nela, imobilizou os pés e matou. Em seguida, esganou a criança e voltou a trabalhar como se nada tivesse ocorrido”, disse o delegado.

Vanessa e Sophie foram veladas na quarta-feira (28) em Chapadão do Sul, cidade onde mora a família da jovem. Conforme Rodolfo Daltro, apenas cinco horas após a morte de Vanessa Medeiros e da pequena Sophie Borges, João de Almeida retornou para o Bairro São Conrado, onde morava, e, por volta das 19 horas, comprou um galão de gasolina, enrolou os corpos das vítimas em cobertores, colocou ambas no porta-malas de seu carro, as levou a um local ermo do Núcleo Industrial Indubrasil e ateou fogo.

O jovem será julgado por duplo feminicídio e ocultação de cadáver, podendo pegar uma pena de ao menos 40 anos de prisão em regime fechado. “Ele pode pegar cerca de 40 anos. Inclusive, a massa carcerária não tolera esse tipo de crime, com certeza ele corre risco de morte na prisão”, alertou o delegado.

No dia seguinte ao alerta, na quarta-feira (28), João de Almeida foi agredido por colegas de cela na delegacia onde aguardava a audiência de custódia. Conforme a Polícia, após a agressão, ele foi isolado.