A Justiça de Mato Grosso do Sul autorizou que Roberto Razuk, de 84 anos, cumpra prisão domiciliar, após ter sido detido ontem (25) durante a Operação Sucessione, coordenada pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado). Ele é investigado por suposta participação em organização criminosa ligada ao jogo do bicho, além de corrupção e violação de sigilo profissional.
A decisão foi tomada pela juíza May Melke Amaral Penteado Siravegna, que considerou o “estado de saúde extremamente debilitado” do réu — recentemente submetido a cirurgia para retirada de um tumor cancerígeno.
A defesa, formada pelos advogados João Arnar e Leonardo A. Ribeiro, apresentou documentos, fotos e laudos médicos indicando que Razuk:
- possui diversas comorbidades graves;
- depende do uso contínuo de oxigênio;
- está em recuperação de cirurgia oncológica;
- corre risco elevado caso permaneça em ambiente prisional.
Os advogados alegaram que as unidades penais do Estado não possuem condições de garantir o tratamento necessário ao idoso.
A magistrada autorizou a substituição da prisão preventiva pela domiciliar por 180 dias, determinando:
- uso de tornozeleira eletrônica;
- proibição de contato com outros investigados;
- cumprimento das demais medidas cautelares fixadas.
A juíza advertiu que qualquer descumprimento pode resultar em novo encarceramento. Além disso, foi autorizada a realização de uma perícia médica oficial para complementação do diagnóstico e determinado que a Agepen informe se existe, no sistema penitenciário estadual, unidade capaz de atender às necessidades clínicas do réu.
O Ministério Público Estadual se manifestou favoravelmente à concessão da domiciliar em caráter provisório. Razuk foi preso preventivamente no âmbito da investigação que apura a atuação de um grupo organizado envolvido na exploração do jogo do bicho e máquinas caça-níqueis em Mato Grosso do Sul.
Outros investigados seguem presos, entre eles:
- Jorge Razuk e Rafael Razuk, filhos de Roberto;
- Marco Aurélio Horta, chefe de gabinete do deputado estadual Neno Razuk;
- o advogado Rhiad Abdulahad;
- e demais suspeitos ligados ao esquema, segundo o Gaeco.
A 4ª fase da operação mobilizou mandados em várias cidades do Estado e em outros três estados do país.

