A juíza Eucélia Moreira Cassal, da 3ª Vara Criminal de Campo Grande, condenou a 16 anos e oito meses de prisão por corrupção passiva o procurador jurídico aposentado da Câmara Municipal de Campo Grande, André Luiz Scaff, que era conhecido como Tio Patinhas” da Casa de Leis pela quantidade de dinheiro que movimentava,
Além dele, a magistrada também condenou o empreiteiro André Luiz dos Santos, o “André Patrola”, a cinco anos de reclusão pelo mesmo crime do ex-Tio Patinhas. Outro empresário condenado por ela pelo mesmo crime e a cinco anos de prisão foi Ariel Dittmar Raghiant.
Na sentença, Eucélia Casaal ainda absolveu outros 21 réus por integrarem a suposta organização criminosa criada para desviar recursos públicos. O Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) denunciou Scaff e a esposa dele, Karina Ribeiro Mauro Scaff, por receberem R$ 10,8 milhões em propina entre 2010 e 2015, mas ela foi absolvida.
Ex-secretário municipal de Planejamento na gestão de Gilmar Olarte (sem partido), Scaff foi condenado por apenas dois fatos comprovados pelo MPE (Ministério Público Estadual), sendo absolvido por falta de provas de outros 13 fatos denunciados pelo Gaeco.
Essa é a primeira condenação criminal de André Patrola, dono de empreiteiras com contratos milionários com prefeituras e com o Governo do Estado. Em 2023, ele chegou a ser alvo da Operação Cascalhos de Areia, deflagrada pelo MPE para investigar o desvio de recursos da Prefeitura de Campo Grande por meio de contratos para manutenção de vias sem pavimentação e locação de máquinas.
Scaff, André Patrola e Raghiant poderão recorrer da sentença ao TJMS (Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul). O Gaeco também poderá recorre contra as absolvições. Além da ação penal, Scaff e o grupo respondem as ações por improbidade administrativa.
