Segundo matéria publicada pelo jornal O Estado MS, foram cerca de 44,6 toneladas da droga apreendidas até aqui. No mesmo período do ano passado foram aproximadamente 9,5 toneladas, um número quase cinco vezes maior, um aumento de 368,9%. Na média, o DOF apreendeu um quilo de maconha a cada cinco minutos no Estado, ou seja, 796,06 quilos por dia. No ano passado, a estatística era de 169,76 quilos diários flagrados.
O volume de drogas assusta. Apenas neste mês, o DOF, órgão estadual que realiza ações de combate ao tráfico entre Brasil e Paraguai, realizou pelo menos quatro apreensões de destaque, com quantidades volumosas de maconha flagrada, ou seja, com mais de uma tonelada transportada pelas chamadas “mulas” do tráfico.
O trabalho, segundo o próprio DOF, é integrante da Operação Hórus, parceria da Sejusp (Secretaria Estadual de Justiça e Segurança Pública) com o Ministério da Justiça e Segurança Pública para coibir o tráfico de drogas. Com as atividades de fiscalização do plantio da droga no país vizinho paralisadas durante o auge da pandemia da Covi-19, entre março e setembro, houve uma corrida dos traficantes para desovar o produto que se tornou farto.
“Dobrar a quantidade apreendida já não é normal. Houve uma supersafra. E os reflexos continuam”, afirmou o coronel da Polícia Militar Wagner Ferreira da Silva, comandante do DOF. “Historicamente, as apreensões crescem até 20% ao ano. Este ano é um fenômeno, assim como aconteceu com 2020.”
Como o Paraguai fechou suas fronteiras durante a crise causada pela Covid-19, foram suspensas as operações conjuntas da polícia local com as autoridades brasileiras. Há pelo menos três anos está em vigor termo de cooperação que busca combater o plantio de maconha no país vizinho, que tem clima e solo favoráveis.
O ciclo de cultivo dura aproximadamente 120 dias, tempo mais do que suficiente para garantir o estoque das quadrilhas visando abastecer o mercado, com alta demanda pela droga durante a pandemia. De acordo com a Polícia Federal, a Operação Nova Aliança, como é chamada, tem de quatro a seis fases anualmente.
Em 2020, porém, só uma fase foi realizada em agosto e nenhuma atividade foi realizada neste ano devido à pandemia, ocorrendo apenas restrições na fronteira entre o Brasil e o Paraguai, o que impossibilitou a execução de, ao menos, três fases da erradicação do cultivo de maconha.
O conhecimento do modo de atuação adquirido durante a pandemia possibilitou se levantar perfis, métodos e até marcas de veículos utilizados pelos traficantes, aumentando ainda mais a produtividade das principais forças de segurança do Estado.