Do cachimbo pra cachola! MS vira forte rota de cigarros eletrônicos do Paraguai no Brasil

Dados da Receita Federal mostram que Mato Grosso do Sul transformou-se na porta de entrada do contrabando de cigarros eletrônicos do Paraguai no Brasil. Apenas em 2021, o órgão federal registrou quase R$ 5 milhões em apreensões desse produto no Estado, enquanto em 2020 as apreensões desses cigarros foram equivalentes a R$ 405 mil, ou seja, em um ano teve um aumento de 1.134,6%.

Segundo a Receita Federal, o aumento no volume das apreensões se dá porque o produto é uma novidade no mercado e virou moda entre o público mais jovem. A exemplo do cigarro paraguaio, o modelo eletrônico – que tem formato de caneta ou similar a pen drive – é proibido no Brasil.

No caso da versão tradicional, a lei brasileira não permite a importação de cigarro, portanto, é proibido comercializar o produto de origem paraguaia. Já o cigarro eletrônico é mercadoria de circulação proibida no País por decisão da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária).

Publicada em 28 de agosto de 2009, a RDC (Resolução de Diretoria Colegiada) 46 determina que “fica proibida a comercialização, a importação e a propaganda de quaisquer dispositivos eletrônicos para fumar, conhecidos como cigarros eletrônicos, e-cigaretes, e-ciggy, ecigar, entre outros, especialmente os que aleguem substituição de cigarro, cigarrilha, charuto, cachimbo e similares no hábito de fumar ou objetivem alternativa no tratamento do tabagismo”.

O documento inclui na proibição quaisquer acessórios e refis destinados ao uso em qualquer dispositivo eletrônico para fumar. Os cigarros eletrônicos são compostos de uma lâmpada de LED, bateria, microprocessador, sensor, atomizador e cartucho de nicotina líquida.

Neste segmento, Mato Grosso do Sul também teve alta nas apreensões. Em 2021, a Receita Federal apreendeu R$ 2,5 milhões em essências e R$ 1 milhão em peças. Os cigarros eletrônicos são produzidos na China, chegam ao Paraguai e adentram o Brasil por duas principais portas de entrada: Mato Grosso do Sul e Paraná.

O contrabando atravessa a fronteira com o país vizinho na modalidade “formiguinha”, em menores quantidades, ou cargas maiores, que se valem de notas frias. A Receita Federal, através do trabalho de inteligência de gerenciamento de risco, tem interceptado diversas cargas em transportadoras que são acompanhadas de notas fiscais frias, emitidas por empresas noteiras, com descrição de outros produtos, já que o cigarro eletrônico é proibido.

Eles escrevem apenas como essência ou outros materiais, inclusive, livros, mas a Receita tem conseguido realizar grandes apreensões em transportadoras. No Estado de Goiás, cortado por rodovias que dão acesso à Região Norte do Brasil, a PRF identificou aumento de 600% nas apreensões de cigarro eletrônico no comparativo entre 2020 e 2021. Estado de localização geográfica centralizada, com rodovias ligando as regiões Norte, Nordeste e Sudeste do País, Goiás figura como entreposto de armazenamento e distribuição para as demais unidades da federação. Com informações do site Campo Grande News