Decon revela que maioria dos golpes contra idosos na Capital é aplicado por familiares

Levantamento da Decon (Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes Contra a Relação de Consumo) revela que no primeiro semestre deste ano foram registradas 145 ocorrências de golpes contra idosos em Campo Grande e a maioria deles foi aplicada por familiares da vítima.

Dentre os principais registros, estão situações como retenção de cartão ou estelionato, mas há os mais diferentes formatos de golpes. O número de golpes pode ser ainda maior do que o registrado, levando em conta que, em grande parte dos casos, a vítima não denuncia.

O especialista em finanças Luis Serrano lembra que, para além do núcleo familiar, os bancos e financeiras também se aproveitam do nível de conhecimento dos idosos para vender produtos e serviços. Por isso, a recomendação é buscar orientação qualificada para evitar comprometimento emocional e financeiro nas relações com o dinheiro.

No Procon, dos atendimentos realizados de janeiro até 25 de junho deste ano, 22% foram de pessoas idosas. A principal queixa é referente a serviços financeiros como os cartões de crédito, débito, de loja, crédito consignado e seguros.

Visando atender esse público vulnerável, o secretário-executivo do Procon/MS, Angelo Motti, anunciou que haverá uma sala no atendimento presencial dedicada a tratar os casos mais complexos de golpes a idosos, a fim de humanizar a atenção prestada.

O defensor público e coordenador do Núcleo de Promoção e Defesa do Consumidor e Demais Matérias Cíveis Residuais (Nuccon), Carlos Eduardo Oliveira de Souza, afirma que a orientação e conscientização das pessoas sobre seus direitos é a melhor forma de evitar golpes.

Segundo ele, com a informação, as vítimas são capazes de identificar situações de abuso e adotar a resposta “não” quando forem compelidas a emprestar seus dados e cartões para compras de familiares e terceiros em seu nome.

Para o suporte, informação e registro de denúncias sobre violações de direitos há uma rede de apoio disponível por meio do Disque 100 (nacional) e Disque 181 (estadual). Nos casos que envolvam relações de consumo, as pessoas idosas podem ligar no Disque Denúncia 151.