O cabo PM Elton da Silva Moura, 36 anos, que foi executado a tiros na noite de terça-feira (17) em Dourados (MS), tinha sido condenado em 2017 a oito anos, dez meses e 20 dias de prisão por exigir R$ 30 mil para liberar carga de cigarro contrabandeado do Paraguai. De acordo com matéria do site Campo Grande News, além dele, também foram condenados o 3º sargento PM Ivanildo Gomes da Silva, 48 anos, e o soldado PM Tiago de Freitas Galvão, 27 anos.
Conforme a ação penal, o crime foi praticado no dia 14 de janeiro de 2017, em Dourados. No dia 7 de março daquele ano, o juiz Alexandre Antunes da Silva, da Auditoria Militar, recebeu a denúncia do Ministério Público e decretou a prisão preventiva dos três PMs. No dia 31 de julho de 2017, eles foram condenados.
A cobrança de propina teria ocorrido na Rua Barão do Rio Branco, 124, no Bairro União Douradense. Nesse endereço, Gomes, Tiago Galvão e outros dois PMs não identificados exigiram R$ 30 mil para liberar a carga de cigarro paraguaio. Elton Moura e Douglas Walker só foram identificados tempos depois como os outros dois policiais que participaram do crime.
Na casa, os quatro policiais (usando carro particular e sem farda) se depararam com o cigarro contrabandeado em uma Kombi e obrigaram o morador a ligar para o sobrinho, dono da carga. Depois de contar os pacotes encontrados no veículo, o soldado Tiago Galvão indagou ao proprietário da carga, identificado no processo como Nelson Carvalho de Souza, sobre qual valor ele poderia pagar para que não aprendessem o cigarro.
Nelson de Souza respondeu que poderia pagar R$ 10 mil, mas os policiais exigiram R$ 30 mil. Sem saída, ele concordou em pagar. Entretanto, ele conseguiu levantar apenas R$ 15 mil. Recebeu como resposta que os PMs ficariam com os cigarros e a Kombi até o pagamento do restante do dinheiro, cinco dias depois. “Nesse ínterim, os policiais militares denunciados mandaram diversas mensagens para o celular da vítima, exigindo o restante da quantia pecuniária consistente em R$ 15 mil”, afirmou a denúncia.
Sem conseguir o dinheiro e cansado de tanta pressão e ameaça, no dia 27 de janeiro de 2017 o dono da carga denunciou a extorsão à Polícia Federal. Orientado pela PF, Nelson marcou encontro com os PMs para supostamente entregar o restante do dinheiro. Ele levou um cheque de R$ 20 mil. No momento da entrega, Gomes e Tiago Galvão foram presos por dois agentes da PF e por um tenente da Polícia Militar, que tinham sido avisados sobre o caso.
Segundo a denúncia, Elton Moura participou da empreitada criminosa, tendo agido em coautoria com Ivanildo Gomes da Silva e Tiago de Freitas Galvão. Foi ele o terceiro policial militar que ingressou na residência onde estava o cigarro e exigiu vantagem indevida da vítima.
Em agosto de 2018, a defesa de Elton Moura conseguiu, através de recurso ao Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul, reduzir a pena para cinco anos e quatro meses de reclusão. No mesmo ano, ele conseguiu benefício do regime aberto, mas ainda estava cumprindo a pena.
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