Após mais de 10 anos de briga na Justiça do Trabalho de Mato Grosso do Sul, a juíza do trabalho Fátima Regina de Saboya Salgado firmou um acordo no valor de R$ 15 milhões com empresas do Grupo São Bento para pagar 250 processos trabalhistas, beneficiando a mesma quantidade de trabalhadores.
O acordo, celebrado no último dia antes do recesso forense, mobilizou servidores do CEPP em regime de plantão para agilizar a expedição de alvarás. O objetivo é garantir que os pagamentos sejam liberados antes do Natal.
Segundo Levi Lara Belão, secretário da Secretaria de Apoio à Execução e Conciliação da Justiça do Trabalho, a equipe está empenhada em atender a sociedade e ciente da importância dos recursos para os trabalhadores contemplados.
A lista dos beneficiados está disponível nos autos do processo 0024616-29.2020.5.24.0007. No entanto, a orientação para os trabalhadores que possuem ações trabalhistas contra a rede de farmácias é procurar seus advogados para confirmar se foram incluídos no acordo e verificar a disponibilidade dos valores.
A rede, que tinha como slogan “Esquina da Saúde”, surgiu em 1948, na esquina da Rua 14 de Julho com a Marechal Cândido Mariano Rondon, em Campo Grande (MS). Já no ano de 1982, houve sucessão familiar para os cinco filhos do fundador.
A São Bento chegou a ter 80 lojas em 23 cidades de Mato Grosso do Sul, mas em 2022 fechou as duas últimas unidades que restaram. O portfólio contava com mais de 17 mil itens entre medicamentos, produtos de higiene, beleza, perfumaria e cosméticos.
Em 2015 atingiu R$ 73,9 milhões em dívidas e entrou com pedido de recuperação na Vara de Falências, Recuperações, Insolvências, e cumprimento de cartas precatórias cíveis em geral de Campo Grande.
Na época, o grupo apontou dificuldade econômico-financeira após investimentos em reforma e troca de plataforma tecnológica, num contexto de crise mundial, alta carga tributária e a alta taxa de juros. Com isso, a empresa foi comprometida com os pagamentos rotineiros com fornecedores, parceiros e bancos.
Em 2021, o plano de recuperação judicial da São Bento foi homologado pelo juiz José Henrique Neiva de Carvalho e Silva. Na época, um dos advogados da São Bento disse que eram 1.359 credores.