Uma epidemia de dengue e um surto de gripe estão próximos de lotar em 100% dos 95 leitos de UTI (Unidade de Tratamento Intensivo) de Campo Grande (MS). De acordo com levantamento do site Campo Grande News, restam apenas sete vagas para toda a Capital.
Dados de painel da SES (Secretaria Estadual de Saúde) mostram lotação máxima há pelo menos uma semana em dois hospitais: Universitário e Maternidade Cândido Mariano, sendo que o problema continua atualmente.
Dengue e síndrome respiratória são as principais causas dessa superlotação, sendo que as crianças são as mais prejudicadas. Isso porque os leitos intensivos para quem tem entre 1 e 12 anos são poucos, totalizando apenas 23 para atender pacientes do SUS (Sistema Único de Saúde).
O presidente do Sindicato dos Médicos de Campo Grande, Marcelo Santana, afirma que o município vive uma situação crítica, com aumento expressivo de casos de Srag (Síndrome Respiratória Aguda Grave) nas crianças devido às mutações que agravaram o vírus sincicial, principal causador da síndrome neste momento.
Ele revelou que, em janeiro, quando foi feita vistoria nas UPAs, já identificou a falta de algumas medicações. Agora, com a onda do vírus sincicial respiratório, os problemas se ampliaram. A situação é crítica, pois o vírus está mais violento e agressivo.
Além disso, o médico lembrou que Campo Grande enfrenta a dengue, o que superlota ainda mais as unidades de saúde, sejam elas públicas ou não. Nas últimas semanas, dois alertas foram emitidos pela Sesau (Secretaria Municipal de Saúde) sobre a Srag e sobre a dengue.
Em relação à síndrome, o alerta epidemiológico falava do aumento no número de internações de crianças entre 0 e 9 anos de idade por causa da doença. O documento cita 249 casos entre os dias 12 de fevereiro e 18 de março. O alerta foi publicado no dia 22 e serve para nortear as ações da rede pública de saúde quanto ao atendimento das crianças.
De todos os 249 casos do período, 32 tiveram amostras coletadas para exame laboratorial e em 53,1% delas, o causador da Srag era o vírus sincicial e em 40,3% o rinovírus. A Covid-19 e a gripe representaram 1% dos casos registrados nas amostras, conforme o Cievs (Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde).
Em relação à dengue, comunicado do dia 28 de março alertava para o aumento de casos. “Observa-se que a partir do mês de março de 2022 o número de casos ultrapassou o limiar epidêmico. Em 2023, já se observa o limiar epidêmico ultrapassado a partir do mês de janeiro”, citou a publicação.