O Ministério da Saúde informou, ontem (14), que Dourados (MS), a maior cidade do interior do Estado com 243,3 mil habitantes, vai ser a primeira do Brasil a fazer vacinação em massa da população contra a dengue. A campanha começa no dia 3 de janeiro de 2024 para imunizar 150 mil moradores de 4 a 59 anos de idade.
O município vai receber 300 mil doses da vacina Qdenga, desenvolvida pela farmacêutica japonesa Takeda e aprovada em abril deste ano pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária). O imunizante já é vendido há oito meses em clínicas de imunização. Em Dourados, cada dose custa R$ 450 à vista.
O secretário municipal de Saúde de Dourados, Waldno Pereira Lucena Júnior, disse que as doses já começaram a chegar à cidade e a pasta prepara a campanha para iniciar a vacinação logo após as festas de fim de ano. Cada morador vai receber duas doses, com intervalo de 3 meses. A vacina garante proteção por cinco anos.
“Fizemos acordo com o laboratório Takeda, que vai fazer o fornecimento gratuito dessas 300 mil doses, que vai nos permitir imunizar 150 mil pessoas. A única limitação dessa vacina é a faixa etária, pois está aprovada para uso entre 4 e 59 anos”, afirmou o secretário.
Segundo ele, a meta é imunizar todo o público-alvo, formado por cerca de 150 mil habitantes (pessoas de 4 a 59 anos). “Quem quiser tomar a vacina, a gente vai vacinar. Já começamos a receber as doses. Além das 300 mil vacinas, o laboratório vai enviar também 300 mil seringas e 300 mil agulhas. Os insumos começam a chegar a partir do dia 19. Vamos montar a logística de distribuição para começar a vacinar no dia 3 de janeiro”.
Waldno Lucena explicou que as 33 unidades de saúde do município possuem sala de vacinação e estarão à disposição dos moradores para aplicar a vacina da dengue. “Também vamos reforçar a equipe de vacinação no PAM [Pronto Atendimento Médico] e montar equipe volante para imunizar trabalhadores das empresas do município”.
Ele disse que a população não precisa ter medo da vacina, pois a Qdenga já está aprovada, liberada e sendo comercializada na rede privada desde abril deste ano, ou seja, não se trata de nenhum produto experimental. “Essa vacina é feita com vírus atenuado, não é tecnologia moderna de produção de vacinas como foi no caso da covid-19. É a mesma tecnologia das vacinas que a gente tomou a vida inteira, a mais segura que existe”, afirmou.
O secretário lembrou da necessidade de o douradense aproveitar para se vacinar contra a dengue. O município tem um dos mais altos índices de infestação do mosquito transmissor da doença e cinco pessoas morreram de complicações de dengue em 2023.
“No Brasil, tivemos 1.000 mortes por dengue em 2023. O país responde por 5% da mortalidade por dengue no mundo. Essa vacina confere proteção de 90% contra internação por dengue, que são os casos mais graves. A vacina é eficiente, segura e amplamente testada. Em torno de 20 mil já tomaram a Qdenga no mundo todo”, informou Waldno Lucena.
O secretário reforçou que a vacina a ser aplicada nos douradenses a partir de janeiro é a mesma encontrada na rede privada. “Numa das clínicas mais renomadas de Dourados, a vacina custa R$ 450 à vista e R$ 480 a prazo. Uma família de cinco pessoas precisa de R$ 4.500 para se proteger contra a dengue. O douradense vai receber a mesma vacina, de graça”. Conforme o secretário, se fosse comprar as doses, o município teria de desembolsar R$ 13,5 milhões. Com informações do site Campo Grande News