Relatório State of Wildfires Report (Estado dos Incêndios Florestais 2024-2025), elaborado por uma parceria internacional de 60 instituições e especialistas de 20 países, revelou que Mato Grosso do Sul foi classificado como o estado com maior intensidade de fogo e maior índice de emissões de carbono por incêndios em todo o Brasil na temporada 2024-2025.
A análise mostra que as emissões de carbono no Estado tiveram alta de 323%, a maior do Brasil e de toda a região do Pantanal. O número representa o pior índice já registrado desde o início da série histórica, em 2002, ou seja, em 23 anos.
Segundo os cientistas, a anomalia de mais de 300% indica que o fogo não apenas queimou uma área maior, mas também atingiu materiais com maior densidade de carbono, como turfa, biomassa florestal ou savanas com alta carga de combustível. Esse tipo de queima provoca liberação mais intensa de gases de efeito estufa.
Em extensão, o Estado também registrou aumento de 90% na área queimada, totalizando 23 mil km², o que colocou o território estadual em segundo lugar no ranking nacional de severidade. O Pará ficou em primeiro, com 36 mil km² e aumento de 119% na área queimada.
O Pantanal, bioma que se estende por Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Bolívia, teve perdas econômicas estimadas em R$ 1,2 bilhão (cerca de US$ 222 milhões). Classificada no relatório como região Pantanal-Chiquitano, a área queimada foi quase o triplo (196%) da média anual desde 2002.
As mudanças climáticas impulsionaram o aumento da área queimada em até 34 vezes, excedendo a média em 466%. Já, as emissões de carbono do fogo foram mais de seis vezes superiores (+502%) à média anual.
O levantamento também aponta que, no Nordeste da Amazônia, onde os incêndios atingiram níveis recordes, a influência humana no clima fez a área queimada ser quatro vezes maior que o habitual.
