A reitoria da UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul) manteve dando aula por 9 anos o professor do Instituto de Biociências, mesmo depois de denúncia de estupro contra uma acadêmica.
Somente agora, com a condenação dele a 8 anos de prisão, a UFMS decidiu afastá-lo e abriu Comissão de Processo Administrativo Disciplinar. O crime ocorreu no ano de 2016 e a vítima, na época, tinha 22 anos.
Na ocasião, acontecia uma festa em uma república, onde os jovens ingeriram bebidas alcoólicas. Aproveitando da vulnerabilidade da acadêmica, o professor já havia passado as mãos pelo corpo dela e, em determinado momento, ela foi para o quarto dormir.
O professor, de acordo com a denúncia, a seguiu até o quarto e, pouco tempo depois, as amigas da vítima suspeitaram e a procuraram, mas encontraram a porta do cômodo fechada. As jovens tentaram forçar a entrada, mas, em seguida, o professor destravou a porta e saiu.
Logo depois, a jovem foi encontrada nua, desorientada e chorava bastante. O professor chegou a procurar a acadêmica no dia seguinte ao crime e pediu que ela tomasse pílula do dia seguinte.
Assustada e incentivada pelas amigas, a jovem procurou a direção da UFMS e denunciou o professor. Mas, até esta semana, nada havia sido feito pela instituição. O professor continuou ministrando aulas por 9 anos.
A reitora Camila Ítavo, mediante sentença proferida pela Justiça Estadual, determinou o afastamento preventivo de professor lotado no Instituto de Biociências e constituiu Comissão de Processo Administrativo Disciplinar para a completa apuração de responsabilidade do servidor, sob supervisão da Corregedoria da UFMS.
A decisão revisa o ato administrativo de agosto de 2016 que havia definido pela não apuração dos fatos pela UFMS à época. Após a decisão de afastamento do docente, uma aluna da instituição na época decidiu se manifestar nas redes sociais.
“Até hoje lembro da sensação horrível de saber que uma colega havia passado por isso sem que a universidade tomasse quaisquer medidas. E às minhas alunas, um alerta: professor não é amigo de aluno. A relação entre ambos está marcada por posições de poder, e a parte vulnerável são vocês. Professor não deve abraçar, fazer elogios excessivos ou buscar ter intimidade com alunas. Fiquem atentas, especialmente aqueles que se mostram os mais ‘queridões’ — muitas vezes, são os que mais ultrapassam esses limites”, escreveu.
O professor foi condenado a oito anos de prisão em regime semiaberto pelo crime e, além disso, pagará R$ 30 mil à vítima por danos morais. Como se trata de decisão em 1ª instância, o professor ainda pode recorrer. Com info CGNews