O juiz Aluízio Pereira dos Santos, da 2ª Vara do Tribunal do Júri de Campo Grande, pretende ouvir todas as testemunhas de acusação e defesa, além de interrogar os réus do “Caso Sophia” no primeiro dia do último julgamento do ano, que começa no dia 4 de dezembro.
Ao todo serão 12 testemunhas para serem ouvidas, entre elas um dos investigadores de polícia que atuaram na investigação, a médica que atendeu a menina Sophia Ocampo em posto de saúde e o médico legista.
Segundo o planejamento feito pelo magistrado, o dia 5 de dezembro está reservado para os debates entre acusação e os advogados de Christian Campoçano Leitheim, de 27 anos, e Stephanie de Jesus da Silva, 26, padrasto e mãe da pequena Sophia Ocampo, que morreu aos 2 anos e 7 meses.
O plenário do Tribunal do Júri estará aberto para quem quiser acompanhar os dois dias de julgamento e a ocupação da plateia será por ordem de chegada. Christian Leitheim e Stephanie de Jesus, padrasto e mãe de Sophia, durante audiência no dia 5 de dezembro.
Entenda o caso
Na tarde do dia 26 de janeiro de 2023, a menina deu entrada na UPA (Unidade de Pronto Atendimento) do Bairro Coronel Antonino, no norte de Campo Grande, já sem vida. Inicialmente, a mãe, que foi até lá sozinha com a garota nos braços, sustentou a versão de que ela havia passado mal, mas investigação médica encontrou lesões pelo corpo, além de constatar que a morte havia ocorrido cerca de quatro horas antes da chegada ao local.
O atestado de óbito apontou que a garotinha morreu por sofrer trauma raquimedular na coluna cervical (nuca) e hemotórax bilateral (hemorragia e acúmulo de sangue entre os pulmões e a parede torácica). Exame necroscópico também mostrou que a criança sofria agressões há algum tempo e tinha ruptura cicatrizada do hímen – sinal de que sofreu violência sexual.
Para a investigação policial e o MP, Sophia foi espancada até a morte pelo padrasto, depois de uma vida recebendo “castigos” físicos. O padrasto será julgado por homicídio qualificado por motivo fútil, meio cruel e praticado contra menor de 14 anos. Ainda responderá por estupro de vulnerável. Já a mãe será julgada por homicídio doloso por omissão.