Empresário de Maracaju tem verdadeiro arsenal apreendido dentro de casa pela Polícia Federal

Como parte de mais uma fase da “Operação Lesa Pátria”, a Polícia Federal apreendeu, nesta quinta-feira (11), um verdadeiro arsenal na casa do empresário Adoilto Fernandes Coronel, dono de uma loja de materiais de construção de Maracaju (MS).

 

Ele foi um dos alvos da operação da PF contra os financiadores dos ataques à Praça dos Três Poderes, em Brasília (DF), no dia 8 de janeiro deste ano contra a posse do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

 

No imóvel do empresário de Maracaju, os policiais federais apreenderam cinco armas e centenas de munições. Eles chegaram cedo à mansão de Adoilto Coronel, que fica no Bairro Porto Belo, e horas depois saíram com malotes de material apreendido na residência, além de apreenderem dois veículos do empresário bolsonarista.

 

A Polícia Federal divulgou imagens de três armas longas, entre elas um fuzil, e de dois revólveres apreendidos em Mato Grosso do Sul, mas não informou o local da descoberta. Também não informou se o arsenal tem registro ou não.

 

Adailton Coronel já foi denunciado pela AGU (Advocacia-Geral da União) pelo financiamento dos atos antidemocráticos e, inclusive, teve bens bloqueados. Ele teria financiado dois ônibus para levar pessoas até Brasília.

 

À época, chegou a emitir uma nota negando participação nos atos e garantindo que não estava em Brasília no dia 8 de janeiro. “Esclareço que não participei e tampouco financiei o acontecido em Brasília no dia 08/01 e que, por ocasião do contraditório e do devido processo legal, caso seja instaurado qualquer investigação ou ação, tudo será devidamente comprovado e esclarecido”, afirmou.

 

Nesta quinta-feira, a PF cumpriu 22 mandados de busca determinados pelo ministro Alexandre de Moraes nos estados de São Paulo, Mato Grosso do Sul e no Paraná, onde reside a maior parte dos alvos dessa fase da Lesa Pátria.

 

Além dos mandados de busca, o ministro Alexandre de Moraes determinou o bloqueio de até R$ 40 milhões para serem destinados ao pagamento dos prejuízos causados na invasão do STF, do Planalto e do Congresso.

 

E, por causa do quebra-quebra, pelo menos 14 moradores de Mato Grosso do Sul já viram réus no STF (Supremo Tribunal Federal). Os últimos cinco nomes do Estado apareceram em uma lista com mais 200 nomes no dia 2 de maio.

 

Entre eles estão Alcebíades Ferreira da Silva e Alexandre Henrique Kessler, ambos estão em liberdade utilizando tornozeleira eletrônica como medida cautelar. Já Ilson César Almeida de Oliveira, Ivair Tiago de Almeida e João Batista Benevides da Rocha seguem presos desde o ocorrido no Centro de Detenção Provisória II, no Complexo Penitenciário da Papuda, em Brasília.

 

Os acusados fazem parte do inquérito 4921, que, segundo o STF, investiga os autores intelectuais e pessoas que instigaram os atos. A acusação é de incitação ao crime (artigo 286, parágrafo único) e associação criminosa (artigo 288), ambos do Código Penal.

 

Na sequência serão abertas ações penais com nova coleta de provas, tomada de depoimentos de testemunhas e interrogatório dos réus. Não há prazo para a conclusão dos julgamentos.

 

Os réus vão responder por crimes de associação criminosa armada; abolição violenta de Estado Democrático de Direito; Golpe de Estado; Dano qualificado pela violência e grave ameaça com emprego de substância inflamável contra o patrimônio da União e com considerável prejuízo para a vítima; e deterioração de patrimônio tombado.