Como última tentativa de fazer “vingar” o uso de GNV (Gás Natural Veicular) em Mato Grosso do Sul, o governador Eduardo Riedel (PSDB) anunciou a isenção do IPVA (Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores) e redução de 12% na alíquota sobre a venda do combustível.
A medida foi a alternativa encontrada para aumentar o consumo desse combustível, já que o fato de ser menos poluente não está mais sensibilizando os proprietários de veículos automotores do Estado.
Segundo o Governo do Estado, a exoneração de impostos beneficia mais de sete mil motoristas e significa uma economia de R$ 10,5 milhões para os proprietários desses veículos.
Embora o número seja empolgante, apenas 4.771 veículos estão registrados no Detran-MS (Departamento Estadual de Trânsito de Mato Grosso do Sul) com uso de GNV, o que equivale a 0,27% da frota estadual de 1.767.346 automóveis.
Atualmente, além de pagar pelo kit e a conversão, que custa aproximadamente R$ 6 mil, o motorista gasta R$ 450 na vistoria de aferição do Inmetro, R$ 100,96 de vistoria veicular anual, R$ 93,85 de autorização para mudar as características do veículo, R$ 201,45 de vistoria após a instalação do kit e, por fim, R$ 290,88 para emissão do novo CRLV (Certificado de Registro e Licenciamento de Veículo).
O incentivo para o uso do GNV já existe em outras cidades. A cidade do Rio de Janeiro (RJ) concede a redução de 13% sobre o valor de comercialização do produto, além de oferecer desconto de até R$ 2 mil sobre o valor da instalação do kit, instalado no porta-malas dos veículos.
Em Campo Grande, conforme o site de notícias Campo Grande News, o frentista Sandro Ayala, de 33 anos, pontuou que a isenção irá colaborar com a adoção do combustível, que, segundo ele, oferece até 40% de economia.
Para o motorista de aplicativo Paulino Amarilha, de 55 anos, o gás natural está presente em sua rotina há mais de 15 anos. Questionado pela reportagem, ele afirmou que a economia é um dos pontos principais sobre o uso do combustível renovável.
Se estivesse usando a gasolina, por exemplo, ele gastaria de R$ 120 a R$ 150 por dia, enquanto com o GNV o valor varia de R$ 50 a R$ 70 por dia. Para quem corre pela cidade o dia todo, isso representa um gasto menor.
Fernando Pericles, de 32 anos, também é motorista de aplicativo e conta que fez a troca durante o aumento do preço da gasolina em 2020, quando o valor do combustível estava beirando os R$ 7.