O ex-2º sargento da Aeronáutica Tamerson Ribeiro Lima de Souza, 31 anos, que era lotado na base da FAB (Força Aérea Brasileira) em Campo Grande (MS), foi condenado, nesta sexta-feira (25), a 23 anos e quatro meses de prisão pela morte da esposa dele, Natalin Nara Garcia de Freitas Maia, 22 anos, no dia 4 de fevereiro deste ano.
Ele foi condenado por homicídio qualificado por motivo torpe e por asfixia. Também por ter sido cometido na presença da criança e pela ocultação de cadáver. No entanto, os jurados acolheram tese da defesa, afastando a qualificadora de violência doméstica e familiar.
Na sentença, o juiz Aluizio dos Santos Pereira, da 2ª Vara do Tribunal do Júri, relembrou a intenção do ex-militar na morte. “O dolo foi tão intenso que, inclusive, após a morte dela colocou o corpo no porta-malas do veículo e após o amanhecer do dia levou a filha na escola, com a mãe morta no porta-malas”, pontuou.
Tamerson Ribeiro também foi condenado a pagar indenização de R$ 15 mil para a filha. Alcilene Albuquerque de Freitas, avó de Natalin Maia, disse durante o julgamento que a jovem tinha medo de separar e ser morta pelo marido.
A avó contou que ela incentivava Natalin Maia a se formar, fazer uma faculdade, e que criou a neta como se fosse sua filha. A vítima estava no último semestre de enfermagem.
Alcilene de Freitas ainda contou que passou a virada do ano com a neta e que, em uma das conversas que tiveram, ela revelou que o casamento não estava bem.
Ainda segundo a avó, Natalin Maia falou que queria se separar, mas tinha medo de Tamerson Ribeiro matá-la. Ela, então, respondeu à neta: “Não, minha filha, ele jamais faria isso com você”.
Quando Natalin Maia foi assassinada, a avó relatou que ligaram informando que ela tinha sofrido um acidente. “Saímos de lá (Paranaíba) no desespero”, disse Alcilene Freitas.
Durante seu depoimento no júri, ela faz um questionamento. “Por que ele fez isso? Já que não ia dar certo, por que ele impediu uma vida? A menina ia se formar agora, e deixou uma criança de 4 anos”, falou.
Ainda segundo a avó, a filha da vítima sempre pergunta pela mãe, falando da saudade que sente e como resposta ouve: “Sua mãezinha está lá no céu”.