Dançar em Plenário, seja da Câmara dos Deputados ou da Câmara de Vereadores de Campo Grande, pode não acabar bem para os “bailarinos”, pelo menos diante da opinião pública.Quem não se lembra da deputada federal Ângela Guadagnin (PT/SP), que se levantou da cadeira no Plenário da Câmara dos Deputados e dançou para comemorar a absolvição do deputado federal e amigo João Magno (PT/SP), acusado de ter recebido dinheiro do “Mensalão”, esquema montado pelo então presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), para comprar apoio no Congresso Nacional.
Ou do então deputado federal Carlos Marun (MDB/MS) que também protagonizou uma “dancinha” no Plenário da Casa de Leis para celebrar o resultado apertado de uma votação que salvou pela segunda vez a pele do ex-presidente da República, Michel Temer (MDB). Além de dançar, ele ainda fez uma adaptação da letra da música “Tudo Está no Seu Lugar”, de Benito de Paula, cantando e dançando para os jornalistas “Tudo está no seu lugar. Graças a Deus, graças a Deus…”.
O fato é que, apesar dos dois maus exemplos de comportamento parlamentar, os vereadores campo-grandenses Tiago Vargas (PSD) e Camila Jara (PT) não aprenderam com o passado e repetiram o erro no presente. Ambos protagonizaram cenas semelhantes, com coreografias mais audaciosas, rebolados até o chão, dedo na boca e muito mais, no Plenário da Câmara de Vereadores da Capital.
O mais triste é que o desrespeito veio justamente dos vereadores que se destacaram nas eleições de 2020. Tiago Vargas foi o mais votado, depois de ter sido expulso da Polícia Civil por ter cometido dezena de atos de indisciplina, enquanto Camila Jara elegeu-se pela primeira vez a um cargo público com bandeiras tradicionais do PT.
Tiago Vargas publicou um vídeo na rede social Instagram em que aparece dançando no espaço reservado aos parlamentares, enquanto Camila Jara dançou no espaço próximo ao auditório do plenário. Ele dançou para celebrar que era sexta-feira e ela contra “negacionistas, bolsonaristas e direitistas”.
Para “segurar” os dois parlamentares na cadeira, a Câmara Municipal de Campo Grande aprovou em regime de urgência projeto de resolução que altera o Regimento Interno e pune com suspensão temporária do mandato realizar “atividades diversas das atribuições de parlamentar”.
O presidente da Casa de Leis, Carlos Augusto Borges, o Carlão (PSB), considerou as dancinhas como “fato grave” e afirmou que eles estão lá para lutar por melhorias para o povo. Agora, cabe ao povo fazer com que ambos “dancem” nas próximas eleições.