Segundo o site Campo Grande News, por 4 x 3, os jurados desclassificaram a denúncia de homicídio simples e condenaram Cristhiano Luna por lesão corporal seguida de morte com pena de 8 anos e 6 meses de reclusão e mais 1 ano e 6 meses de prisão por injúria racial, além de 20 dias-multa por ter xingado garçom da casa noturna, fato que desencadeou o desentendimento com seguranças.
No total, a pena imposta foi de 10 anos de reclusão, sendo descontado período de 1 ano e 3 meses, tempo que Cristhiano Luna permaneceu preso. O réu ainda responderá em liberdade, com base em habeas corpus concedido pelo STF (Supremo Tribunal Federal). Ele saiu de mãos dadas com a namorada e a família dele saiu abalada por conta da sentença em regime fechado, mesmo que ele ainda possa recorrer em liberdade. A mãe dele chorou, disse que não aguentava mais.
A mãe de Brunão, a cozinheira Edcelma dos Santos Vieira, 50 anos, chorou muito ao ouvir a sentença. “Pelo menos não saiu impune, há 10 anos nós esperamos por isso aí, a justiça nem sempre é como queremos”, lamentou. Emocionada, acrescentou. “Esperava que ele saísse daqui preso, mas pelo não saiu impune”, repetiu.
Já os advogados de defesa de Luna, José Belga Trad e Fábio Trad Filho, já informaram que vão recorrer da decisão, mas acreditam que pode ser considerada vitória, pela desclassificação do homicídio e que os jurados aceitaram a tese de que o rapaz não teve intenção de matar.
Relembra o caso
Brunão era segurança da Valley, casa noturna na Avenida Afonso Pena, em Campo Grande, e morreu, aos 29 anos, no dia 19 de março de 2011, quando retirava Cristhiano Luna do local por importunar o garçom. A discussão evoluiu para agressão física e a vítima foi golpeada, morrendo no local.
A condenação anterior datava de 29 de novembro de 2017, ou seja, 6 anos depois do crime. Naquele dia, Cristhiano Luna tinha sido sentenciado a 17 anos e 6 meses de prisão, em regime fechado, por homicídio duplamente qualificado (motivo torpe e sem chance de defesa para a vítima).
A defesa recorreu, conseguiu reduzir a pena para 14 anos, 11 meses e 5 dias e, em novo recurso, alegou irregularidades no processo e conseguiu anular o julgamento. Agora, foi imposta a nova condenação, de 10 anos de prisão, em regime fechado.