O crime não descansa! Pistoleiros executam três pessoas no mesmo dia na fronteira do Paraguai com MS

Os pistoleiros que agem da fronteira do Paraguai com Mato Grosso do Sul voltaram sem piedade durante o feriado prolongado e mataram três pessoas no mesmo dia. A primeira vítima foi o cabeleireiro Alexander Cardozo Aguilar, 26 anos, que foi executado na manhã de ontem (1º) em Capitán Bado, cidade paraguaia que faz fronteira com Coronel Sapucaia (MS).

A segunda foi o agricultor brasileiro Antônio Adelir Bitencourt, 36 anos, morto também na manhã de ontem (1º) na propriedade dele, localizada em Villa Ygatimi, no Departamento de Canindeyú, a 30 quilômetros de Paranhos (MS). Já a terceira vítima foi o advogado Elzo Renato Teles Garcete, que foi morto na tarde de ontem (1º) em Ponta Porã.

Com essas mortes, o número de execuções na região chega a 158 somente neste ano, sendo 14 mortes em janeiro, 10 em fevereiro, 21 em março, 8 em abril, 18 em maio, 16 em junho, 16 em julho, 19 em agosto, 17 em setembro e 16 em outubro e 3 em novembro.

No caso do cabeleireiro Alexander Cardozo Aguilar, a execução foi quando ele trabalhava no salão localizado no Bairro San Roque, em Capitán Bado. Dois pistoleiros chegaram de motocicleta e um deles disparou dez tiros com uma pistola calibre 9 mm, atingindo a vítima com oito disparos.

Já o agricultor foi assassinado menos de três meses depois de trocar tiros com pistoleiros e sobreviver ao atentado. Antônio Adelir Bitencourt, mais conhecido como “Maninho”, foi executado por homens usando roupas camufladas e armados com fuzis 7,62 mm e 5,56 mm, que dispararam vários tiros ao lado de um trator esteira.

Segundo policiais paraguaios, os bandidos invadiram a propriedade por volta de 7h, mataram Maninho e fugiram. As únicas pistas deixadas no local foram as cápsulas deflagradas. A fazenda fica em uma estrada vicinal, a 1 km do núcleo urbano de Vila Ygatimi.

No dia 11 de agosto deste ano, ele tinha trocado tiros com pistoleiros que foram para matá-lo enquanto ele descarregava um motor em uma oficina mecânica no centro de Paranhos. Ao estilo “velho oeste”, “Maninho” sacou duas pistolas e trocou tiros com pelo menos quatro pistoleiros.

A vítima foi atingida por três disparos, sendo dois nas pernas e um no ombro. Pelo menos, um dos pistoleiros também ficou ferido, segundo testemunhas. Os bandidos fugiram para o lado paraguaio. Ele foi atendido, inicialmente no hospital de Paranhos e depois transferido para o lado paraguaio, escoltado por homens da Polícia Nacional.

A médica de Paranhos quis transferi-lo para Ponta Porã devido à gravidade de um dos ferimentos na perna, mas Maninho não aceitou e disse que procuraria hospital com mais estrutura em Assunção, a capital do Paraguai.

Em janeiro de 2019, Antônio Adelir Bittencourt, 59 anos, pai de Maninho, foi executado por dois matadores no centro de Paranhos. Ele se preparava para entrar em sua caminhonete, quando os dois atiradores se aproximaram e dispararam vários tiros de pistolas.

A terceira vítima de pistoleiros, o advogado Elzo Renato Teles Garcete, foi morto na tarde de ontem quando andava pela Rua das Codornas, no Jardim Vista Alegre, em Ponta Porã. Os homens em um Chevrolet Corsa, de cor branca, teriam assassinado o advogado com vários tiros.

A Polícia Militar isolou o local e funcionários do SIG (Setor de Investigações Gerais) e da Perícia Criminal da Polícia Civil coletaram provas. O corpo foi encaminhado ao necrotério do IML (Instituto Médico Legal) para perícia.