O juiz Aluizio Pereira dos Santos, da 2ª Vara do Tribunal do Júri, autorizou o empresário ponta-poranense Fahd Jamil Georges, 80 anos, mais conhecido como “Rei da Fronteira” e que está em prisão domiciliar, a ter acesso ao depoimento sigiloso e bombástico da funcionária da família Name sobre o assassinato do seu filho, Daniel Alvarez Georges, o “Danielito”, ocorrido em 2011.
De acordo com o site O Jacaré, novas revelações apontam que o rapaz pode ter sido executado pelo compadre do pai, Jamil Name, para manter o controle do jogo do bicho em Campo Grande (MS). No entanto, o magistrado negou o pedido da defesa para convocar o delegado Fábio Peró, titular do Garras (Delegacia de Repressão a Assaltos a Banco, Roubos e Sequestros).
Ele tinha citado a suspeita de que Name mandou matar o filho do compadre no depoimento sobre a execução do ex-chefe da segurança da Assembleia Legislativa, o sargento PM Ilson Martins Figueiredo. O juiz Aluizio dos Santos ponderou que Peró prestou depoimento no dia 16 de junho deste ano e Fahd Jamil foi interrogado no dia seguinte.
Na ocasião, os advogados não alegaram nada a respeito do caso envolvendo a família Name com a morte de Danielito.
No depoimento feito à força-tarefa da Polícia Civil e do Garras, que apura as execuções em Campo Grande, a mulher contou que Daniel insinuou que Fahd Jamil tinha interesse em reassumir o comando do jogo do bicho em Campo Grande, que tinha dado para Jamil Name explorar desde os anos 70.
Para a defesa do “Rei da Fronteira”, a tese desmontou a principal linha da acusação de que ele planejou a execução de Figueiredo para vingar a morte do filho. Daniel desapareceu após um passeio por um dos shoppings mais famosos de Campo Grande em 2011 e nunca mais foi visto. A polícia nunca localizou o seu corpo.
O juiz seguiu a linha do MPE (Ministério Público Estadual), de que eventuais contradições nos depoimentos dos delegados poderão ser questionadas durante o júri popular, caso ele decida pronunciar os acusados pelo homicídio. “Portanto, neste momento, desnecessárias novas oitivas dos Delegados Fábio Peró Correa Paes e João Paulo Natali Sartori, mormente em face da duração razoável do processo na presente ação penal que apura um fato ocorrido no ano de 2018”, ressaltou.
No entanto, o juiz determinou que o Gaeco apresentasse junto aos autos, em 10 dias, o depoimento secreto da funcionária da família Name. Em seguida, o MPE terá prazo para complementar as alegações finais. Em seguida, as defesas técnicas deverão apresentar as alegações finais. Só então o juiz decidirá se levará o poderoso Rei da Fronteira ao primeiro júri popular em oito décadas por homicídio.