O Comando da Polícia Militar de Mato Grosso do Sul promoveu o 3º sargento PM Leonel Júlio da Cunha, lotado em Nova Andradina (MS), para 2º sargento PM duas semanas após ele ter sido condenado a 4 anos e seis meses de prisão pelos crimes de peculato e falsidade ideológica denunciados pelo MPE (Ministério Público Estadual).
De acordo com o site Campo Grande News, o policial militar parou de lecionar aos estudantes do Proerd (Programa Educacional de Resistência às Drogas e à Violência), mas falsificou relatórios onde dizia ter feito o serviço que nunca aconteceu. Além disso, longe da função que deveria exercer, ele passou a usar viatura abastecida pelo Governo do Estado para uso pessoal, inclusive, para viajar nas férias.
No processo, que consta desde 2017, o agora 2º sargento PM Leonel da Cunha desenvolveu o projeto Proerd em três escolas de Nova Andradina, porém, no ano seguinte, manteve as palestras apenas em uma unidade, no entanto, continuou abastecendo e usando a viatura durante todo o dia. Já em 2019, segundo aponta o MPE, ele não implementou o Proerd em nenhuma escola do município e não informou o comandante do Batalhão sobre isso.
Mesmo sem desempenhar a função para qual havia sido contratado, o sargento continuou usando a viatura para fins pessoais. No mesmo ano, ele assinou e entregou relatórios como se tivesse aplicado aulas aos estudantes, no entanto, as escolas informaram que o policial militar nunca esteve em sala durante todo o ano.
Para o MPE, “ciente da reprovabilidade de sua conduta e agindo em continuidade delitiva, o policial apropriou-se de bens móveis, públicos, de que tinha a posse em razão do cargo, assim agindo em proveito próprio”. Em depoimento, Leonel da Cunha afirmou não ter começado as aulas porque aguardava apostilas que não haviam sido entregues por questões burocráticas.
Além disso, ele afirmou que no horário em que deveria estar com os alunos, fazia rondas no entorno das escolas por entender que tinha autonomia para tomar a decisão. Para a Justiça, ficou comprovado má-fé nas atitudes do PM, que foi condenado por usar a função pública em benefício próprio e por falsidade ideológica. Ele recorreu da sentença e o caso será analisado pelo TJMS (Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul).