O que ocorreu na noite do último domingo que acabou com a morte morte de Rosevaldo Matias Moitinho, de 46 anos, durante caçada no Haras El Zahran, na Fazenda Chaparral, de propriedade do espólio do empresário Ueze Zahran, que morreu em 2018, está cercada de mistério e com atitude estranha da polícia por se tratar de gente influente em Campo Grande.
O empresário Gabriel Gandi Zahran Georges, de 33 anos, que é filho do ex-deputado Gandi Jamil com Ana Karla Zahra, filha de Ueze, prestou depoimento na 5ª Delegacia de Polícia na tarde desta quarta-feira (31), e os detalhes do depoimentos estão “sob sigilo”, uma atitude clara de proteger jovem caçador.
A delegada Gabriela Staile ouviu Gabriel dois dias depois que um tiro na barriga matou Roselvaldo no haras, que era uma das propriedades mais apreciadas pelo empresário Ueze Zahran que criava com orgulho cavalos de raça.
O advogado do caçador, Marcio de Ávila Martins Filho disse logo após o depoimentos que Gabriel Zahran “vai responder em liberdade e colaborar com a Justiça”. É o mínimo que se espera de alguém que matou alguém em circunstâncias enevoadas.
Outro ponto que merece atenção é a titude da delegada que optou tocar o inquérito sob “sigilo”.
Por que? A sociedade precisa saber se há tratamento igualitário sem distinção de raça, cor, credo ou dinheiro no bolso dos envolvidos em crimes.
Agora a Polícia Civil se cala diante do caso e a explicação é simples. Os Zahran são donos da TV Morena, afiliada da Rede Globo. Pronto. Está aí o motivo do tratamento desigual, ou restam dúvidas? Como acreditar que esse inquérito vai retratar realmente a verdade?
A família de Rosevaldo tem o direito de receber o tratamento justo. Mas quem vai culpar moço caçador?
Outros pontos que devem ser questionados:
A arma tinha registro, o caçador tinha porte, autorização para “caçar”?
Rosevaldo, funcionário de 26 anos da Fazenda Chaparral, morreu na noite de domingo (29), depois de ser atingido por um tiro no lado esquerdo do abdômen. Conforme boletim de ocorrência, a vítima foi deixada na UPA (Unidade de Pronto Atendimento) do Bairro Universitário por um homem que não se identificou. Rosevaldo estava em parada cardíaca e com uma perfuração provocada por arma de fogo.
Ainda conforme o registro policial, muito nervoso, o homem que deixou Rosevaldo na unidade disse apenas que eles estavam caçando juntos em uma fazenda e que atingiu o amigo por acidente. Logo em seguida, o rapaz foi embora.
O caso foi registrado como homicídio culposo (sem a intenção de matar) na Depac (Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário) do Cepol (Centro Integrado de Polícia Especializada).
Rosevaldo deixou a esposa e dois filhos, um menino de 4 e uma menina de 15 anos.