De olho na complacência do STF (Supremo Tribunal Federal), o deputado federal Loester Trutis (PSL/MS), mais conhecido como “Tio Trutis”, alegou que tem sido alvo de “constrangimento ilegal” e “humilhações” por causa das investigações da Polícia Federal, que chegou à conclusão de que ele simulou o atentado de fevereiro do ano passado.
Segundo o site Midiamax, na próxima sexta-feira (12), a 1ª Turma do Supremo julga um recurso em habeas corpus do parlamentar, que tenta enterrar os inquéritos que o implicam em crimes de comunicação falsa de crime, dano e disparo de arma de fogo. A defesa do deputado federal protocolou manifestação no âmbito do habeas corpus em que Trutis diz que o constrangimento ilegal vem da “obtenção e utilização de provas ilícitas pela Polícia Federal”.
O deputado federal alega que ele não foi avisado de que poderia permanecer em silêncio durante as oitivas e a reprodução simulada do atentado. Além disso, defende que não houve autorização judicial para a quebra de sigilo do rastreador do Toyota Corolla em que ele e seu assessor, Ciro Nogueira Fidelis, estavam no dia do suposto atentado.
O aparelho ajudou os investigadores a identificar que o deputado e seu assessor ficaram parados em uma estrada vicinal na manhã do suposto ataque. No local, a polícia encontrou munições deflagradas e fragmentos de vidro. Mas, na versão do parlamentar, o atentado aconteceu na pista da BR-060, saída de Campo Grande para Sidrolândia.
Além do constrangimento ilegal, a manifestação da defesa de Trutis ainda acusa o delegado de Polícia Federal que preside a investigação, Glauber Fonseca de Carvalho Araújo, de faltar “com o respeito profissional e ético”. Segundo a petição do deputado federal, os agentes inverteram a linha investigativa “do nada”.
As investigações da Polícia Federal se voltaram contra Loester Trutis a partir de trabalhos periciais. Laudos balísticos, de exame de local, bem como informações de georreferenciamento entraram em rota de colisão com o que alegava o deputado e seu assessor.
Assim, a Polícia Federal concluiu que o atentado foi simulado pelo parlamentar, de olho em dividendos políticos e eleitorais. Trutis, que afirmou ter revidado o ataque, é um entusiasta voraz da flexibilização do acesso às armas.
Ainda conforme manifestação, o deputado do PSL tem enfrentado “toda sorte de humilhações pela mídia local” desde que a linha investigativa passou a incriminá-lo. Trutis insurge contra o papel da imprensa, que, como sua própria defesa resumiu, passou “a semanalmente publicar notícias sobre a suposta ‘simulação do atentado’”. Vale lembrar que o acesso à informação é uma garantia constitucional.