O pecuarista Rodrigo Betzkowski de Paulo Leite, 32 anos, mais conhecido como “Rodrigo Patrón”, que foi preso na segunda fase da “Operação Omertà” por envolvido com a organização criminosa do empresário ponta-poranense foragido Fahd Jamil, 79 anos, o “Rei da Fronteira”, gostava de ostentar o transporte de grande quantidade de dinheiro em espécie.
Segundo investigações do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado), ele seria encarregado de fazer os pagamentos da organização criminosa chefiada por Fahd Jamil, incluindo os crimes de pistolagem e de corrupção.
Rodrigo Patrón tinha verdadeira fixação por ostentar o dinheiro do grupo criminoso e, ao longo das 450 páginas da denúncia, os promotores de Justiça anexaram várias fotografias encontradas no aplicativo, como maços de dinheiro no volante de veículos de luxo.
Em uma das fotos, ele tem uma verdadeira fortuna esparramada no banco do veículo. Em outra, conforme os investigadores, Rodrigo Patrón está com dezenas de cédulas de dólares americanos, uma mala e um passaporte. Em outra, centenas de cédulas de 20, 50 e 100 reais estão espalhadas em cima de uma cama.
O Garras (Delegacia Especializada de Repressão a Assaltos a Banco, Roubos e Sequestros) conseguiu confirmar encontro de Rodrigo Patrón com o policial federal Everaldo Monteiro de Assis, o “Jabá”, preso desde a deflagração da Operação Omertà em 27 de setembro do ano passado.
Conforme a denúncia, o encontro ocorreu no dia 17 de outubro de 2018, dias antes de duas execuções. Marcel Costa Hernandes Colombo, o “Playboy da Mansão”, foi executado a tiros em um bar famoso na Capital no dia 18 de outubro. O ex-segurança do empresário Jorge Rafaat, Orlando da Silva Fernandes, o “Bomba”, foi morto com tiros de fuzil no dia 26 daquele mesmo mês.
O agete da Polícia Federal tinha a missão, conforme o Gaeco, de levantar dados sobre os alvos dos grupos de extermínio, tanto do chefiado por Jamil Name como pelo de Fahd Jamil. Em troca dos dossiês, usando a estrutura da PF e por meio de acesso de dados sigilosos, ele recebia propina e “mimos” dos integrantes da organização criminosa.
Rodrigo Patron foi preso em 17 de março deste ano na segunda fase da Operação Omertà. Ele e o irmão, Jorge Egídio Betzkowski, estavam na Estância Panorama, na saída para Rochedo, em Campo Grande. Ao ver os policiais e integrantes do Gaeco chegarem para cumprir os mandados de prisão, eles teriam atirado no grupo.
Eles estavam com uma espingarda, um revólver calibre 38 e 30 munições. Conforme a denúncia, ele continua preso e está recolhido no Estabelecimento Penal Fechado da Gameleira, em Campo Grande. Na terça-feira (21), o juiz Roberto Ferreira Filho negou mais um pedido de revogação da prisão preventiva de Rodrigo Patrón, conforme despacho publicado no Diário Oficial da Justiça. Ele também virou réu na sexta-feira (17) por integrar organização criminosa armada chefiada por Fahd Jamil. Com informações do site O Jacaré