Estava demorando para surgirem suspeitas sobre o trabalho do ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, que é sul-mato-grossense nessa campanha contra pandemia do coronavírus.
A Uol revelou que ele contratou duas empresas de um dos maiores doadores da campanha eleitoral para deputado federal do Estado em 2014. O grupo chegou a ser alvo de operação da Polícia Federal por venda superfaturada à Prefeitura de Campo Grande em 2013.
Mandetta chamou a Prosanis Indústria e Comércio fornecer avental para o SUS (Sistema Único de Saúde). A contratação foi feita sem licitação com base na lei que declarou emergência em decorrência do surto epidêmico da Covid-19.
A Prosanis pertence a Aurélio Nogueira Costa, que também é dono da Cirumed Comércio Ltda. As duas empresas ficam em Campo Grande. A empresa é uma das principais doadoras eleitorais do democrata.
Em 2010, quando Mandetta foi candidato a deputado federal pela primeira vez, o grupo doou R$ 50 mil em dois cheques, conforme a prestação de contas feita à Justiça Eleitoral. Em 2014, quando ele disputou pela última vez, a Cirumed doou mais R$ 94 mil.
A compra é de aventais tamanho G, com tiras para fixação, manga longa, punho malha, impermeável e esterilizada.
A pandemia do coronavírus já conta com 621 casos confirmados no Brasil, com sete mortes. Em Mato Grosso do Sul, a Secretaria Estadual de Saúde confirmou nove casos, sendo oito em Campo Grande, epicentro da doença, e um em Sidrolândia, a 70 quilômetros da Capital. Outros 39 casos seguem sob investigação.
Agora é esperar o que Mandetta tem a dizer e se o presidente Jair Bolsonaro sabia dessa compra.