O que uma matéria no programa dominical da Rede Globo, o Fantástico, não faz com as autoridades envolvidas com a Justiça e Segurança Pública de Mato Grosso do Sul. Bastou a “Operação Omertà”, deflagrada no dia 27 de setembro de 2019 para prender os envolvidos em milícia armada responsável por várias execuções em Campo Grande (MS), ganhar mídia nacional para que os indiciamentos andassem mais rápido.
Esse é caso da execução do empresário Marcel Costa Hernandes Colombo, 31 anos, mais conhecido como “Playboy da Mansão”, ocorrida há dois anos e sete meses na Capital. Nesta semana, o MPE (Ministério Público Estadual) denunciou à Justiça sete pessoas pelo crime: o empresário Jamil Name, 83 anos, o filho dele, Jamil Name Filho, 42 anos, mais conhecido como “Jamilzinho”, os ex-guardas municipais Marcelo Rios e Rafael Antunes Vieira, o policial federal Everaldo Monteiro de Assis e os pistoleiros Juanil Miranda dos Santos e José Moreira Freires, sendo que esses dois últimos são os únicos ainda foragidos.
O inquérito sobre a execução foi concluído nesta quinta-feira (30) e enviado ao MPE, que fez as acusações formais contra os sete indiciados. Em nota, o Garras (Delegacia Especializada de Repressão a Roubo a Bancos, Assaltos e Sequestros) informou que a investigação contou com a colaboração do Gaeco (Grupo de Atuação Especial e Combate ao Crime Organizado) para identificar os mandantes, intermediários e executores.
Marcel Costa Hernandes Colombo, o “Playboy da Mansão”, foi assassinado a tiros e pistola calibre 9 mm à queima roupa enquanto bebia com amigos em um bar de Campo Grande na madrugada de 18 de outubro de 2018. Ele estava sentado em uma das mesas do estabelecimento comercial que fica próximo a calçada, quando o atirador desceu de uma motocicleta e, sem tirar o capacete, disparou pelo menos duas vezes nas costas da vítima.
O assassino chegou e estacionou atrás do veículo dele e, após o crime, voltou para a moto e fugiu, sendo que toda ação foi filmada pelas câmeras de segurança do bar. No dia 26 de outubro de 2018, uma semana depois, o empresário Joel Colombo, pai do “Playboy da Mansão”, prestou depoimento na 1ª Delegacia de Polícia, em Campo Grande, e contou que o filho tinha uma desavença com Jamilzinho por causa de briga ocorrida em casa noturna da cidade anos antes.
Ele relatou ainda que Marcel Costa Hernandes Colombo chegou a procurar Jamil Name para pedir desculpas pelo ocorrido. O primeiro pedido de prisão de Jamil Name, Jamilzinho e do restante da milícia, em setembro do ano passado, traz relatos de que a briga na boate nunca foi esquecida e teria motivado a encomenda da morte.