Após brigar com toda a cúpula da sua atual legenda em Mato Grosso do Sul durante as eleições para prefeito em 2020, agora o deputado federal Loester Trutis, mais conhecido como “Tio Trutis”, decidiu que não vai permanecer no União Brasil, a ser criado a partir da fusão do PSL com o DEM, e tenta se filiar a um partido nanico para disputar o Governo do Estado nas eleições deste ano.
No entanto, o problema é alguém aceitar a “ilustre” presença em uma nova sigla, afinal, o “nobre” parlamentar tem se especializado em provocar polêmicas nas redes sociais e virou até réu no STF (Supremo Tribunal Federal) por falsa comunicação de atentado e porte ilegal de arma de fogo de uso restrito, o que pode culminar com a cassação do seu mandato e torná-lo inelegível nas próximas eleições.
Porém, assim como foi quando acabou eleito em 2018, Tio Trutis tentará atrelar o seu nome ao do presidente da República, Jair Bolsonaro (PL), para continuar “surfando” na onda bolsonarista no Estado. Em entrevista ao site Midiamax, ele confirmou que vai trocar de partido nas eleições deste ano. O polêmico deputado federal terá duas oportunidades: a abertura da janela partidária no fim de março ou a formalização da nova sigla.
“Vários (motivos para deixar o partido). Os principais são o não apoio ao presidente Bolsonaro pela cúpula nacional, o fato de não concordar com a política sobre fundo partidário e eleitoral”, justificou-se. Isolado no PSL do Estado após brigar com a presidente regional do partido, a senadora Soraya Thronicke, Tio Trutis não deve disputar a reeleição para tentar o Poder Executivo.
“Três pequenos me convidaram para disputar o governo e o PL como federal. No final de janeiro, sentarei com o presidente para definir”, contou. No caso do PL, partido de Bolsonaro, o candidato para disputar o Governo deve ser o deputado estadual João Henrique Catan, neto do ex-governador Marcelo Miranda.
A sigla deve receber outros bolsonaristas, como os deputados estaduais Capitão Contar (PSL) e Coronel David (sem partido) e o do deputado federal Dr. Luiz Ovando (PSL-MS). Bolsonaro já antecipou que vai apoiar o candidato a governador indicado pela ministra da Agricultura e Pecuária, Tereza Cristina (DEM-MS). Ela vem percorrendo os municípios como pré-candidata a senadora com o secretário estadual de Infraestrutura, Eduardo Riedel, cotado para disputar o Governo pelo PSDB.
Caso o presidente siga a democrata e o PL lance João Henrique, Tio Trutis não descarta ser candidato a governador independente, mas para defender Bolsonaro e a pauta conservadora. “Eu confio no presidente. Nunca pedi para ele me apoiar em 2022, meu apoio não é moeda de troca”, postou nas redes sociais, sobre as eleições deste ano. No primeiro mandato de deputado federal e polêmico, sem papas na língua, Trutis tentou ser candidato a prefeito de Campo Grande no lugar de Siqueira, que ele tinha convidado para disputar a sucessão de Marquinhos Trad (PSD).
Após uma guerra judicial, ele acabou perdendo a vaga para o então vereador. Trutis é o campeão de gastos com a cota parlamentar, conforme o Portal da Transparência da Câmara dos Deputados. Nas redes sociais, ele tentou se explicar sobre os R$ 453 mil utilizados no ano passado. “Vc já reparou que os gastos citados em matérias de jornais que são comprados por políticos tradicionais nunca levam em conta os reais gastos partidários? Qual meu é Zero! Gastos partidários somam milhões”, afirmou, repetindo a tática desde a eleição, de atacar os jornais.
“Fora isso eu abri mão de auxílio moradia de 60 mil, um dos únicos que dispensou a aposentadoria especial, o único que não pede reembolso alimentação”, afirmou. A maioria dos deputados e senadores de MS usam imóvel funcional e não recebem auxílio moradia. Com informações do site O Jacaré