A Polícia Federal encontrou outra função na fronteira do Brasil com a Bolívia, na região de Corumbá (MS): monitorar a entrada de bandidos ao invés de combate-los. Desde o assalto ao carro-forte da Brinks no país vizinho realizado na semana passada por marginais brasileiros, levando mais de US$ 1,3 milhão, os agentes da PF de Corumbá estão apenas “monitorando” a fronteira com a Bolívia para impedir a passagem do grupo para o Brasil.
Na avaliação da PF, a fuga para o Brasil seria, inclusive, estratégia para dificultar as investigações conduzidas pela Polícia boliviana. Por isso, agentes da Polícia Federal passaram a fazer abordagens minuciosas na linha internacional, ao mesmo tempo em que vigiam estradas vicinais e áreas da zona rural que possam ser usadas como rota de fuga.
A hipótese, segundo o jornal boliviano “El Deber”, é de que os assaltantes estejam ligados à facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC), tanto que a PF já auxiliou na identificação de alguns dos envolvidos e monitora a movimentação de comparsas. O lucro obtido com o roubo seria usado para financiar ações do crime organizado, especialmente o tráfico de drogas e armas.
Diferente do Brasil, na Bolívia, até mesmo o Exército e a Força Aérea participam de incursões em busca dos bandidos. Até o momento foram detidos Juan Andrés Vargas, 53 anos, dono de uma caminhonete usada no transporte de foragidos; Adalid Renan Surubí, 23 anos, e Lorenzo Antonio Surubí, 32 anos. Esses eram encarregados da manutenção de uma fazenda em Santa Ana de Chiquitos, propriedade do brasileiro Mariano Tardelli.