Prefeita Adriane não concede reajuste aos servidores há 3 anos e eles já cogitam greve de alerta

A prefeita de Campo Grande, Adriane Lopes (PP), está há três anos sem conceder reajuste salarial para os 30 mil servidores públicos municipais, que acumulam uma defasagem de 30%, segundo o Sisem (Sindicato dos Servidores Municipais de Campo Grande).

Após o reajuste de 66,7% no salário da prefeita Adriane Lopes (PP), eles vão analisar, na assembleia-geral do dia 7 de maio deste ano, uma paralisação de alerta. De acordo com o presidente da entidade, Willian Freitas, os mais prejudicados são os administrativos da educação.

Dos 1,8 mil funcionários desta área, 95% recebem salário inferior a um salário mínimo (R$ 1.518). Se os mais pobres são punidos com o congelamento do salário na atual gestão, os maiores salários, acima de R$ 20 mil por mês, foram contemplados com correção de 66,7% parcelado em três vezes, com o primeiro aumento retroativo ao dia 1º deste mês.

Em uma espécie de Robin Hood às avessas, a gestão de Adriane Lopes, acaba punindo os mais pobres e contemplando os mais ricos. Junto com o salário da prefeita, o teto do funcionalismo público municipal passará de R$ 21.263,62 para R$ 35.462,22.

Contudo, Freitas ainda tem esperanças de que Adriane irá cumprir os compromissos de campanha. Desde que a atual prefeita assumiu, a primeira evangélica a ser eleita na história da Capital, os servidores não tiveram a reposição da inflação.

Mais sorte tiveram os funcionários estaduais. Desde a posse de Eduardo Riedel (PSDB), em janeiro de 2023, eles tiveram, pelo menos, a reposição da inflação. Em 2023, o reajuste foi de 5%, enquanto a prefeita deu índice zero. No ano passado, o tucano autorizou aumento de 3,73%. Mais uma vez, os servidores da Capital tiveram os salários congelados.

Nesta semana, o governador anunciou reajuste linear de 5,06% ao funcionalismo público estadual, enquanto Adriane já sinalizou que não tem condições de elevar os salários e deverá manter o congelamento pelo 3º ano consecutivo.

O último reajuste concedido pela prefeitura foi em 2022, na gestão de Marquinhos Trad (PDT), que aprovou 10% em duas parcelas. A primeira foi de 5,13% em abril de 2022 e 4,78% em dezembro daquele ano.