Sem trégua na fronteira do Paraguai com Mato Grosso do Sul, a violência fez mais quatro vítimas em Pedro Juan Caballero, cidade paraguaia que faz fronteira com Ponta Porã (MS). Os corpos foram encontrados na manhã desta quinta-feira (26) em uma vala comum na estrada de acesso à Colônia 204.
Os mortos são Riad Salem Oliveira e Muriel Moura Carneiro, ambos são sobrinhos de Fahd Jamil, o “Rei da Fronteira”, atualmente foragido com o filho, Flavio Jamil Georges, o “Flavinho”, Felipe Bueno e Cristian Gustavo Torales Alarcón, que era motorista do Cassino Guaraní.
Com essas mortes, o número de execuções na região chega a 115 somente neste ano, sendo 8 mortes em janeiro, 10 em fevereiro, 12 em março, 8 em abril, 7 em maio, 9 em junho, 5 em julho, 11 em agosto, 16 em setembro, 15 em outubro e 14 em novembro.
A principal suspeita é que as execuções tenham ligação com os dois carros encontrados em chamas na manhã de terça-feira (24) em pontos diferentes de Pedro Juan Caballero.
O Toyota Etios estava registrado em nome de um advogado paraguaio e o Volkswagen Polo azul tinha placa de Mato Grosso do Sul, registrado em nome de um morador de Ponta Porã, morto desde o ano passado.
Além disso, quatro homens estariam desaparecidos na Linha Internacional após o incêndio dos carros. Entretanto, a Polícia Nacional do Paraguai informou não existir denúncia de desaparecimento.
Todos seriam empregados de Flavinho Jamil e as execuções podem ter sido cometidos por vingança a uma discussão ocorrida há alguns dias durante uma festa de aniversário entre o filho de Fahd Jamil e um dos líderes da facção criminosa brasileira PCC (Primeiro Comando da Capital) na região.
Como não encontraram Flavinho Jamil, que seria o alvo, os criminosos se vingaram nos parentes e empregados. Riad Salem Oliveira, Muriel Moura Carneiro e Cristian Gustavo Torales Alarcón foram levados segunda-feira à noite do Cassino, enquanto Felipe Bueno teria sido arrancado de uma aeronave que se preparava para levantar voo.