Polícia do Brasil em alerta depois da chacina de quatro jovens com mais de 100 tiros na fronteira

Os pistoleiros que executaram, no sábado (9), em Pedro Juan Caballero, cidade paraguaia que faz fronteira com Ponta Porã (MS), a filha do governador do Departamento de Amambay, Haylee Carolina Acevedo Yunis, 21 anos, o namorado dela, o narcotraficante Osmar Vicente Álvarez Grance, 29 anos, e as colegas dela do curso de Medicina, as brasileiras Kaline Reinoso de Oliveira, 22 anos, e Rhannye Jamilly Borges de Oliveira, 19 anos, dispararam 107 tiros de fuzil quando as vítimas saíam de uma festa na Rua Mariscal López esquina com a Rua Ytororó, no Bairro San Antonio.

Além dos quatro, também ficaram feridos Bruno Elías Pereira Sánchez, 20 anos, Iris Esiely Molinari Villasboas, 21 anos, e Rhafaelli Alves do Nascimento, 20 anos. Os três pistoleiros responsáveis pela chacina usaram fuzis AK-47 calibre 7,62 mm, que foram disparados 57 vezes, e um fuzil AR-15 calibre 5,56 mm, que foi disparado 50 vezes contra as vítimas que estavam em uma SUV Chevrolet Blazer, de cor branca, com placa do Mercosul PSR 8D12, brasileira e cadastrada em Navegantes (SC).

A ação dos pistoleiros e de outros crimes nos últimos dias colocou a polícia brasileira e estado de atenção e desde ontem várias barreiras estão sendo montadas nas rodovias que ligam a fronteira as outras regiões de Mato Grosso do Sul.

Segundo a Polícia Nacional do Paraguai, o verdadeiro alvo era o narcotraficante Osmar Vicente Álvarez Grance, mais conhecido como “Bebeto”, que recebeu a maior parte dos tiros, enquanto as outras vítimas foram danos colaterais. Ele teria traído a facção criminosa brasileira PCC (Primeiro Comando da Capital), desviando drogas do grupo criminoso e a punição foi a execução. Além disso, Bebeto era informante da Polícia e teria denunciado o líder do PCC na fronteira, Weslley Neres dos Santos, mais conhecido como “Bebezão”, preso no dia 23 de março deste ano.

A Polícia do Paraguai também trabalha com a hipótese de que Bebeto participou do assassinato de Marco Esquivel González, mais conhecido como “Marquito”, no dia 15 de agosto deste ano em Pedro Juan Caballero, sendo que a esposa dele, Lorena Concepción, também morreu no ataque. Ele era sobrinho de Cornelio Esquivel Maldonado, mais conhecido como “Mitú”, um dos chefes do crime organizado na fronteira. Outra hipótese é de que Bebeto teria várias dívidas com fornecedores de drogas na fronteira e não estava conseguindo pagá-las.