Perdendo o jogo para o crime organizado brasileiro, como PCC (Primeiro Comando da Capital) e CV (Comando Vermelho), as autoridades dos países vizinhos ao Brasil resolveram apertar o cerco à bandidagem e, em uma dessas operações, a Polícia da Bolívia desarticulou, na segunda-feira (04), na cidade de Santa Cruz de La Sierra, próximo à fronteira com o Brasil, uma quadrilha de tráfico de armas formada por bolivianos, dois brasileiros e um boliviano-americano que tinham 27 armas com o objetivo de levá-las a Brasil e Paraguai.
O ministro de Interior boliviano, Carlos Romero, detalhou em entrevista coletiva que as armas são de uso militar, calibre 5.56 e que também foram confiscados celulares, sete veículos e US$ 7.300. “Presumivelmente, os integrantes desta organização de tráfico de armas seriam os fornecedores para organizações criminosas dedicadas a assaltos violentos”, disse Romero.
As armas chegaram à Bolívia por meio de serviços de transferência, estavam descarregadas e camufladas como peças agrícolas ou de veículos que vinham do porto chileno de Iquique. Romero indicou que estas armas em alguns casos tinham mira telescópica e um alcance de até 500 metros.
Por sua vez, o comandante departamental da polícia de Santa Cruz, Ruben Suárez, informou que o armamento estava de passagem pelo país e que seu destino final era Brasil e Paraguai. A polícia não identificou o fornecedor da mercadoria, mas, sim, o suposto líder da quadrilha, Miguel Ángel Suárez, agora detido e contra quem havia duas ordens de prisão, segundo a imprensa.
Em um caso que data do último mês de fevereiro, a polícia também relacionou Suárez com uma carga de 72 armas provenientes dos Estados Unidos, descobertas no fundo falso de um contêiner.