Paraguai devolve “lixos humanos” ao Brasil; 12 contrabandistas de cigarros são expulsos
A Polícia Nacional do Paraguai expulsou, ontem (23), os 12 brasileiros que faziam parte do grupo de 28 contrabandistas de cigarros presos durante uma operação na cidade paraguaia de Pedro Juan Caballero, que faz fronteira com Ponta Porã (MS), realizada no dia 7 de dezembro do ano passado. Os brasileiros capturados em Pedro Juan Caballero foram entregues à Polícia Federal, na fronteira entre Ciudad del Este e Foz de Iguaçu (PR).
Os brasileiros expulsos são: Gideoni Ribeiro, Kevin Willi Ribeiro, Marcos da Silva, Carlos Henrique Monteiro de Lima, Disceu Ullman, Anderson Carlos Miranda, Gilmar de Souza Sobrinho, Thiago Tadeu, Adriano Miranda, Guilherme Monteiro de Lira, Vinicius dos Santos Requel e Nilson Torres.
Eles ficaram presos por quatro meses no Departamento de Polícia Judicial, em Assunção, e depois foram transferidos por terra para Alto Paraná, em meio a um forte esquema de segurança da Polícia do Departamento Antinarcóticos. A expulsão dos criminosos foi autorizada em 18 de abril pelo juiz Humberto Otazú.
Jarvis Pavão
Os expulsos foram presos, juntamente com outras 16 pessoas, em 7 de dezembro em uma batida policial em um rancho no Bairro Cerro Cora’i, a sete quilômetros do centro de Pedro Juan Caballero. Como foi dito na época, a fazenda pertencia a traficante brasileiro Jarvis Chimenes Pavão, que cumpria pena no Paraguai e foi extraditado para o Brasil também no fim do ano passado.
A maior parte do carregamento de cigarros que estava escondido na fazenda foi produzida pela empresa de tabaco do presidente do Paraguai, Horacio Cartes, mas adquirida pela empresa Distribuidora Liza S/A, de Salto del Guaira. Essa empresa ainda exigiu que à Procuradoria de Justiça do Paraguai o retorno da mercadoria apreendida e dos caminhões confiscados.
A Polícia invadiu a fazenda depois de receber relatos de que no local estavam escondidos membros de uma célula do grupo criminoso brasileiro PCC (Primeiro Comando da Capital). Esses criminosos tentariam resgatar Jarvis Chimenes Pavão do Grupo Especializado da Polícia, localizado em Assunção, para evitar a sua eminente extradição.
De fato, alguns dos que foram expulsos ontem têm ligações diretas com o PCC. Surpreendentemente, quando o carregamento de cigarros foi apreendido e se soube que parte da carga vinha da empresa de tabaco do presidente da República, a Polícia e a promotoria tentaram ignorar a situação. O comissário-geral Tomás Cristaldo, que liderou essa intervenção, por exemplo, ficou em silêncio depois de descobrir que tinha tocado na mercadoria da Cartes.