Pai biológico revela que mãe batia em menino de 2 anos que teve morte cerebral constatada

O pai biológico do menino de 2 anos de idade que está internado na Santa Casa e já teve constatado morte cerebral, William Belmonte, de 32 anos, revelou ontem (2) que há oito meses já sabia que a mãe biológica da criança a espancava. Nesse período, ele ainda morava maritalmente com a mulher, que foi presa na quinta-feira (1º), e revelou que “ela batia nele quando nós estávamos juntos (…) se não entrasse no meio, ela ficava batendo nele”, comentou.

William Belmonte mudou-se para o interior do Estado para trabalhar na construção de uma piscina, mas acabou sendo preso e ficou seis meses detido. Conforme a advogada dele, Eleudi Silva, a prisão teria acontecido por não comparecer à Justiça para dar explicações por conta de um acidente de trabalho, no qual ele responde em liberdade.

No tempo em que ele esteve ausente, a mãe da criança iniciou o relacionamento com o homem de 24 anos, que também está preso e é apontado como o responsável pelos ferimentos que levaram à morte cerebral da criança. O pai biológico contou que ficou sabendo do caso pela internet e precisou da ajuda de familiares para se deslocar até Campo Grande.

“Eu descobri pela internet, né? Quando eu fiquei sabendo liguei, e ela [uma parente que preferiu não se identificar] me ajudou a vir aqui. Eu não sabia de nada, estava preso. Fiquei triste, é um filho meu”, desabafou William Belmonte, que também é o pai biológico da irmã da criança, uma menina de 4 anos de idade, que também vivia com a mãe e com o padrasto.

“O pai da criança é trabalhador, paga pensão e está buscando nesse momento a guarda delas”, disse a advogada. Questionado sobre a possibilidade de apenas a mãe ser culpada pelas violências contra a criança, o homem disse suspeitar de que o padrasto também tenha participado das agressões. “Acho que foram os dois. Eu quero justiça, quero ver quem fez isso pagar”, afirmou.