No mínimo! Preso na “Operação Omertà”, delegado Márcio Obara continua sem direito a arma de fogo

O juiz Roberto Ferreira Filho, da 1ª Vara Criminal de Campo Grande, determinou que o delegado Márcio Shiro Obara, preso durante a “Operação Omertà” em junho de 2020 e réu por corrupção passiva, obstrução de Justiça e lavagem de dinheiro, continue sem direito à arma de fogo. Conforme o site O Jacaré, ele pediu a restituição do porte de arma de fogo para poder ministrar aulas e garantir a sua segurança pessoal.

No entanto, o magistrado decidiu que, diante da inexistência de fatos novos que pudessem ensejar a situação jurídica do delegado, mantinha a suspensão do porte de arma funcional, “porquanto entendo ser medida cautelar necessária para assegurar a ordem pública, tendo em vista a gravidade dos fatos imputados ao requerente na ação penal n. 0949160-58.2020.8.12.0001”.

Porém, o juiz Roberto Ferreira autorizou o delegado a usar arma de fogo para ministrar um curso de tiro nos dias 17 a 19 do mês passado e a passar o Natal em Dourados. Sem tornozeleira eletrônica desde novembro do ano passado, o delegado de Polícia Civil obteve autorização para usar arma de fogo somente durante a ministração dos cursos.

Promovido a delegado da classe especial por determinação da Justiça, Márcio Obara teve aumento de 12,7% no salário inicial, que passou de R$ 29.835,45 para R$ 33.639,39, conforme o Portal da Transparência do Governo de Mato Grosso do Sul. No entanto, sem função de titular de delegacia, ele acabou tendo o vencimento reduzido, já que chegou a acumular R$ 45 mil em abril do ano passado.

Ele virou réu por supostamente sumir com provas durante investigações de homicídio para proteger os chefes dos grupos de extermínio, os empresários Jamil Name, morto em decorrência das complicações da Covid-19, e Fahd Jamil Georges, que está em prisão domiciliar em Campo Grande. Márcio Obara também é acusado de receber R$ 100 mil para ajudar as organizações criminosas de Campo Grande e de Ponta Porã.

A defesa do delegado nega qualquer irregularidade, sendo que ele chegou a ficar 50 dias preso, entre junho e agosto de 2020. O delegado acabou sendo monitorado por meio de tornozeleira de agosto de 2020 até 8 de novembro do ano passado.