No ar! Voo de drone com drogas e celulares para jogar nos presídios de MS custa até R$ 16 mil

O  preso Lucas Matheus Ribeiro de Moraes, investigado pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado), revelou que drones seriam alugados por cerca de R$ 16 mil para arremesso de celulares e drogas para dentro dos presídios de Mato Grosso do Sul.

Esse valor varia conforme o modelo do aparelho, de acordo com o membro do CV (Comando Vermelho). A operação deflagrada no ano passado mirava a expansão da facção criminosa no Estado, com ajuda de advogados e servidores na entrada de celulares em penitenciárias.

Lucas de Moraes está detido na Gameleira II de segurança máxima e é apontado como o 04 do Conselho do 13 do CV. Uma série de reportagens do Midiamax denunciou a entrada de aparelhos celulares no Presídio Jair Ferreira Carvalho, conhecido como “Máxima”, mas, o que se pode notar é que nem a mais nova penitenciária para onde foram enviados membros de facções criminosas está livre da entrada de celulares no complexo.

O criminoso contou em depoimento que celulares e drogas eram arremessados para dentro dos muros da Gameleira II por cerca de R$ 16 mil por voo. No valor não estava incluso o modelo do celular, o que fazia o preço variar. Ainda de acordo com o detento, o modus operandi de quem opera o drone e envia os aparelhos em questão seria: amarrar os celulares e drogas ao drone por um longo barbante e os presos ‘pescarem’ o pacote para dentro, através da ventana que fica no fundo da cela.

Ou seja, não importa o tamanho da prisão, todas estariam comprometidas, conforme mostram inúmeras ocorrências policiais que apontam como mentores intelectuais detentos sob responsabilidade da Agepen, como no caso de Lucas Matheus, membro da alta cúpula do Comando Vermelho.

Informações obtidas pelo site são de que os celulares são todos etiquetados com o nome do preso, para serem entregues em mãos. No dia 26 deste mês, mais um flagrante de drone tentando arremessar celulares para dentro da Máxima foi visto sendo impedido por um policial penal que estava em uma das torres.

Assim, o agente conseguiu interceptar o drone que estava com aparelhos celulares entre o pavilhão e a galeria onde deveriam ser entregues. Além dos constantes flagrantes de celulares, até explosivos são ‘guardados’ pelos bandidos na segurança das cadeias. Na Máxima, por exemplo, celulares seriam alugados por R$ 50 a cada 15 minutos, ou são trocados por pequenos favores dentro, ou fora da cadeia.

“Se eu tô sem condições, tem ‘voz’ que ajuda a gente aí na moral e cede uma ligação em troca de um serviço aqui dentro, ou de um corre que posso pedir para alguém meu lá fora desenrolar”, explica um detento.

Mas, não é só com drones que os bandidos tentam inserir os celulares nas cadeias de Mato Grosso do Sul. Os aparelhos também já foram flagrados dentro de marmitas e até sutiãs de visitas em presídios do Estado.

Um dos flagrantes foi feito no dia 25 deste mês, quando foram localizados no Instituto Penal celulares escondidos dentro de uma vasilha de sobremesa, que seria entregue a um detento.