MPE abre inquérito contra fila de quase dois anos para exames na Capital. Isso já é normal!

O MPE (Ministério Público Estadual) instaurou inquérito contra fila de quase dois anos para a realização de exames de eletroencefalografia (EEG) para paciente epilético em Campo Grande.

Conforme a ABE (Associação Brasileira de Epilepsia), a fila para encefalogramas em Campo Grande tem mais de mil pessoas no aguardo pelo procedimento.

O paciente que acionou o MPE tem epilepsia fármaco-resistente, ou seja, cujo o organismo acaba resistindo aos efeitos de medicamentos que normalmente seriam eficazes. Seu procedimento teria sido cancelado na ocasião, sem justificativa prévia.

O MPE está apurando que se tratava de um reagendamento, porém o tamanho da fila em questão para EEG é que chamou a atenção. A ABE reforçou que tais exames são fundamentais em diversos diagnósticos e acompanhamentos de condições neurológicas, como no caso da própria epilepsia.

Entretanto, quem busca fazer o exame em Campo Grande pelo SUS (Sistema Único de Saúde) encontra uma fila preocupante em que a solicitação mais antiga por um eletroencefalograma data de 9 de setembro de 2023.

Em resposta ao MPE, a Sesau (Secretaria Municipal de Saúde) informou que apenas o Hospital Nosso Lar e a Santa Casa executam o exame em Campo Grande pelo SUS, confirmando inclusive a existência da longa fila de espera.

Os números repassados pela Sesau apontam para 1.142 pessoas no aguardo para a realização do exame, com o pedido mais antigo por EEG feio há mais de um ano e meio.

Com isso, o Estado e a Prefeitura foram provocados pelo MPE a tomarem ações concretas, a fim de melhorar o acesso aos mais variados tipos de encefalograma, como: em vigília, com ou sem fotoestímulo; em sono induzido, com ou sem medicamento; e quantitativo com mapeamento.

A Sesau fez questão de ressaltar a adesão do Hospital Regional de Mato Grosso do Sul ao Programa MS Saúde que, apesar da unidade não estar sob gestão municipal, auxilia com a execução dos exames na fila crescente.

Com intuito de resolver a imensa fila, que impacta a qualidade de vida e saúde de quem aguarda por um EEG, o inquérito servirá para levar as investigações a fundo, bem como levantar medidas adotadas principalmente pela Sesau e Secretaria de Estado de Saúde (SES).

Enquanto era candidata em período eleitoral, a atual prefeita da Capital, Adriane Lopes, afirmou que o Hospital Municipal estará em funcionamento até outubro de 2025, que pelas estimativas da Sesau estaria apto a fazer os exames eletroencefalograma, entre outros procedimentos.

Cabe apontar que tanto o Hospital Regional quanto a Santa Casa foram procurados, para que pudessem citar a quantidade de EEGs feitos no último ano, indicando quantas pessoas aguardam nas filas e de quando data a solicitação mais antiga, porém, até o fechamento da matéria não foi obtido retorno. O espaço segue aberto ao posicionamento.