Mais do mesmo? Apesar de escândalo e prisão, Cezário define próprio substituto na FFMS

Se alguém projetou que a FFMS (Federação de Futebol de Mato Grosso do Sul) iria mudar com o afastamento de Francisco Cezário da presidência, pode tirar o cavalo da chuva.

Isso porque, conforme o site Campo Grande News, mesmo depois de ficar preso por esquema de corrupção milionário e organização criminosa, bem como sair mediante uso de tornozeleira eletrônica, Francisco Cezário foi até à CBF (Confederação Brasileira de Futebol), no Rio de Janeiro (RJ), para escolher o seu próprio substituto.

Como o monitorado por tornozeleira eletrônica permite viagens pelo Brasil desde que não ultrapassem oito dias, o presidente afastado deu um pulo na “Cidade Maravilhosa” acompanhado por aquele que defende como seu substituto, João Garcia, vice-presidente da entidade e que também esteve à frente do Aquidauanense por 15 anos.

A gestão do atual interventor, Estevão Petrallás, também nomeado pela CBF, termina no próximo dia 27. Procurado pela reportagem, Petrallás se disse “surpreso” com a atuação de Cezário para definir o seu substituto.

Uma das medidas cautelares para que ele deixasse a cadeia, além da tornozeleira, era não comparecer a sede da entidade e não desempenhar qualquer função referente à federação, mas o que não o impediu de articular nos bastidores o nome daquele que deve assumir como dono da “bola” a partir do dia 27.

A gestão encabeçada por Cezário termina em 3 anos, porém a entidade já tem novo estatuto social. Entre os principais pontos, estão o mandato de quatro anos com apenas um direito à reeleição, proibição de nepotismo de parentes até 3º grau e eleição para diretoria executiva (a ser formada por presidente, vice-presidente, secretário geral, diretor de competições e tesoureiro).

Sobre a viagem ao Rio de Janeiro, Cezário se manifestou através do advogado André Borges, dizendo que não tem nada para fazer na CBF, apesar de não estar proibido de falar com a entidade nacional. A única restrição seria referente a não aparecer na FFMS.

A “Operação Cartão Vermelho” cumpriu sete mandados de prisão preventiva e 14 mandados de busca e apreensão em Campo Grande, Dourados e Três Lagoas no dia 21 de maio. Na casa de Cezário, na Vila Taveirópolis, foram encontrados R$ 800 mil em espécie.

Em nota, o MPE (Ministério Público Estadual) informou que as investigações duraram 20 meses e revelaram a existência de uma organização criminosa dentro da FFMS, cujo objetivo era desviar valores provenientes do Estado (através de convênios, subvenções ou termos de fomento) ou mesmo da CBF, em benefício próprio e de terceiros.