Se a coisa já estava ruim para o homem do campo com a falta de incetivos e a política recessiva do Governo, à tarde desta segunda-feira (7), para o pecuarista Pérsio Airton Tozzi foi terrível.
Ele teve um prejuízo de mais de R$ 2 milhões com a morte de cerca de 1.100 animais que estavam confinados na fazenda Marca 7, localizada no município de Água Clara, a 200 km de Campo Grande. Os animais estão sendo enterrados na própria fazenda e não há registro da doença nas propriedades vizinhas.
De acordo com a Agência Estadual de Defesa Sanitária e Animal (Iagro), a suspeita clínica da causa da morte dos animais é botulismo, mas o resultado laboratorial só será divulgado em uma semana.
Amostras da ração oferecida aos animais que é produzida na própria fazenda e da água da localidade foram enviadas para o laboratório estadual e, caso o resultado seja positivo, será enviado para uma segunda análise em um laboratório de São Paulo.
O botulismo ataca o sistema nervoso do animal provocando paralisia motora e o período de incubação é de uma semana a oito dias. A gravidade da doença está diretamente ligada à quantidade de toxinas que o animal ingeriu e pode ser dividia em quatro graus: Super aguda, Aguda, Subaguda e Crônica. Os principais sintomas são anorexia, falta de coordenação e ataxia.
No ser humano, a doença também ataca o sistema nervoso, podendo levar a morte conforme a quantidade de toxina expelida pela bactéria. Os principais sintomas no ser humano são visão dupla e embaçada, fotofobia (aversão à luz), ptose palpebral (queda da pálpebra), tonturas, boca seca, intestino preso e dificuldade para urinar.
Um das suspeitas levantadas até agora é que a ração estava “mofada” mas ainda depende da análise do laboratório.
Se o caso vai prejudicar o comércio de carne em pé ou abatido ainda não se sabe, depende agora de uma ação rápida das autoridades sanitárias.