De acordo com dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quinta-feira (5), Mato Grosso do Sul conta com 16.278 pessoas residindo em favelas e comunidades urbanas.
A pesquisa, parte do Censo 2022, apresenta as características urbanísticas do entorno dos domicílios nessas áreas e revela que o estado é líder nacional em moradores de favelas localizadas em vias não pavimentadas, além de ocupar a última posição em iluminação pública nessas comunidades.
Os dados mostram que 48,5% dos residentes de favelas e comunidades urbanas em MS vivem em ruas sem iluminação pública, totalizando 8.098 pessoas. Em contrapartida, 99,2% das vias fora dessas comunidades possuem iluminação. Entre as Unidades da Federação, apenas Mato Grosso do Sul, Amapá, Roraima e o Distrito Federal têm menos de 75% da população de favelas com acesso à luz pública, com MS registrando o menor índice, de 51,4%.
O levantamento indica que 84,5% dos moradores de favelas no estado habitam em trechos de vias não pavimentadas, o que corresponde a 13.897 pessoas, enquanto apenas 14,5% (2.381) residem em ruas pavimentadas. Além disso, 5,1% da população dessas comunidades vive em vias acessíveis apenas por moto, bicicleta ou a pé, somando 835 habitantes.
Em Campo Grande, a Comunidade Esperança apresenta o maior percentual de moradores em trechos de vias restritas a pedestres, motos e bicicletas. A cidade também se destaca entre as grandes concentrações urbanas pela baixa cobertura de iluminação pública em favelas, com apenas 48% dos moradores tendo acesso a ruas iluminadas.
Outro aspecto preocupante é o transporte público: apenas 2,7% dos moradores de favelas e comunidades urbanas em MS vivem em vias com ponto de ônibus ou van, totalizando 446 pessoas. Em comparação, 96,3% residem em ruas sem acesso a transporte coletivo. Nas áreas fora dessas comunidades, o índice de moradores com ponto de ônibus é de 9,5%.
O estudo do IBGE enfatiza que a condição das vias impacta diretamente serviços essenciais, como a coleta de lixo. Filipe Borsani, chefe do Setor de Pesquisas Territoriais do IBGE, afirma que “para que o lixo seja coletado diretamente pelo serviço de limpeza, é esperado que os domicílios estejam localizados em trechos de vias com capacidade máxima de circulação por caminhão, ônibus e veículos de transporte de carga.”
Além disso, o levantamento detalha outras características das vias, como arborização, calçadas, sinalização cicloviária, obstáculos e rampas para cadeirantes, proporcionando um panorama abrangente das condições urbanísticas nos entornos de favelas e comunidades urbanas no estado.
