Gaeco prende por porte ilegal de arma empreiteiro envolvido em esquema de desvios de R$ 300 milhões

Durante a “Operação Cascalhos de Areia”, deflagrada nesta quinta-feira (15) pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado) para cumprir 19 mandados de busca e apreensão contra organização criminosa acusada de lavagem de dinheiro de contratos de manutenção de vias não pavimentadas e locação de maquinário para a Prefeitura de Campo Grande, foi preso o empreiteiro Adir Paulino Fernandes por porte ilegal de arma de fogo.

 

Ele foi detido na Chácara Santa Dirce, de sua propriedade e que está localizada no município de Terenos (MS). Policiais militares do Batalhão de Choque da Polícia Militar foram até o local para cumprir os mandados de busca e na chácara, onde localizaram um revólver calibre .32 e quatro munições, sendo duas deflagradas e duas intactas. Ele recebeu voz de prisão e foi encaminhado para a delegacia.

 

O empreiteiro tem contrato de R$ 219.738.348,88 da JR Comércio e Serviços Eireli, de Adir Paulino Fernandes. Atualmente, o contrato de R$ 209 milhões com a Prefeitura de Campo Grande é para a locação de serviços visando o aluguel de máquinas pesadas, caminhões, veículos leves e equipamentos, incluindo combustível, operadores, motoristas, alimentação, translado e manutenção dos maquinários.

 

Os mandados de busca e apreensão foram expedidos por meio da 31ª Promotoria de Justiça de Defesa do Patrimônio Público e Social, contra o empreiteiro. A operação conta também com o GECOC (Grupo Especial de Combate à Corrupção).

 

Agentes foram até a sede da empresa ALS, localizada no Jardim Monumento, em Campo Grande. Além dos agentes do Gaeco, policiais do Batalhão de Choque da Polícia Militar também estão na sede da empresa.

 

A operação se deu depois de investigação que tramita na Promotoria de Justiça que apurou a lavagem de dinheiro da organização criminosa. A Sisep (Secretaria Municipal de Infraestrutura e Obras) também foi alvo da operação e agentes do Gaeco estiveram no prédio, e conversaram com o secretário municipal de Obras, Domingos Sahib Neto, mas nada foi levado.

 

A organização criminosa praticava crimes de peculato, corrupção, fraude à licitação e lavagem de dinheiro, relativos a contratos para manutenção de vias não pavimentadas e locação de maquinário de veículos junto ao Município, que ultrapassam o valor de R$ 300 milhões de reais.