Bolsonaro adota “mãos de ferro” na condução do PL de MS para evitar traição

O ex-presidente da República Jair Bolsonaro trocou o comando do PL em Mato Grosso do Sul para demonstrar força e também um sinal de que está cansado de traições políticas ocorridas no Estado em eleições passadas.

 

Ao substituir o deputado federal Rodolfo Nogueira pelo deputado federal Marcos Pollon, Bolsonaro manda um recado direto aos “aliados” de ocasião, que se aproximam dele para conquistar votos e, depois de eleitos, buscam trilhar caminhos diferentes.

 

Caberá ao novo presidente do PL em Mato Grosso do Sul deixar bem claro aos políticos de direita que só poderão contar com o apoio do ex-presidente da República se forem do mesmo partido dele, abandonando a história de dizer que é bolsonarista, mas caminhar com seus adversários.

 

Na prática, conforme apurado pela reportagem, Bolsonaro não quer repetir nas eleições municipais de 2024 o mesmo que aconteceu nas eleições gerais do ano passado, quando a direita rachou entre as candidaturas do ex-deputado estadual Capitão Contar (PRTB), que teve o apoio de várias lideranças do PL, Republicanos e Patriota, e do governador Eduardo Riedel (PSDB), que contou com a contribuição da senadora Tereza Cristina (PP) e dos demais caciques do PL.

 

Agora, a missão dada pelo ex-presidente ao deputado federal Marcos Pollon é o fortalecimento do PL com a unificação da direita já de olho nas eleições para a presidência da República de 2026, quando Bolsonaro pretende sair candidato e retornar ao cargo.

 

Ele entende que somente chegará forte a 2026 fazendo uma boa base nas eleições do próximo ano nos municípios dos estados onde foi campeão de votos. Em razão disso, Pollon terá a difícil tarefa de eleger o maior número possível de prefeitos em Mato Grosso do Sul.

 

O deputado federal Rodolfo Nogueira afirmou ontem que entende a estratégia adotada por Bolsonaro para fortalecer o PL em Mato Grosso do Sul.

 

“Liderei duas eleições federais consecutivas a pedido do presidente Bolsonaro, e neste momento, o presidente nacional do PL, Valdemar Costa Neto, decidiu oportunizar a presidência do partido no Estado ao deputado federal mais votado, entregando assim a responsabilidade também pelas eleições municipais”, disse o parlamentar.

 

Ele confirma que deseja boa sorte ao colega Marcos Pollon, e muita sorte nas municipais, pois “experiência só se adquire na trincheira”.

“E hoje, como deputado federal, vou seguir levantando um time forte de candidatos em todo o Estado para ser base das eleições do nosso presidente Bolsonaro em 2026”, ressaltou.