Ex-sargento da Aeronáutica que matou esposa asfixiada alega ter cometido crime por acidente

O ex-2º sargento da Aeronáutica Tamerson Ribeiro Lima de Souza, de 31 anos, acusado de matar a esposa Natalin Nara Garcia de Freitas Maia, de 22 anos, no dia 4 de fevereiro deste ano em Campo Grande (MS), disse estar arrependido e alegou ter cometido o crime por acidente. De acordo a versão dita por ele durante interrogatório realizado ontem (1°), a mulher precisou ser contida, já que estaria descontrolada e quebrando móveis da casa.

Segundo o advogado de defesa, João Ricardo, o autor alegou que Natalin Maia teria chegado em casa com sinais de embriaguez, descontrolada e o agredindo. Tamerson Ribeiro então teria aplicado o golpe que a matou na tentativa de contê-la para que parasse com as agressões e não quebrasse os móveis da casa. Ele também disse em juízo que se arrepende do crime cometido.

Essa versão do autor se repete desde sua prisão. Vale lembrar que ele chegou a forjar conversas, enviando mensagens para seu psicólogo e dizendo que foi ‘abandonado’ pela vítima. Prints das mensagens de WhatsApp anexadas recentemente ao processo de Tamerson Ribeiro mostram a tentativa de dissimulação do ex-militar em dizer que Natalin Maia o tinha abandonado, assim como a filha.

Em depoimento realizado em junho deste ano, familiares da vítima relataram episódios de agressões e o medo que a vítima sentia do marido. A avó de Natalin Maia relatou que no fim de 2021 a jovem pediu para dormir com ela e, naquela noite, confidenciou que o casamento não ia bem. “Ele está me maltratando, me machucando, tenho medo”, teria dito a vítima para a vó. Ainda segundo a testemunha, a neta contou que, se prestasse queixa, Tamerson Ribeiro a mataria.

Tamerson Ribeiro foi excluído das fileiras da FAB (Força Aérea Brasileira), em decisão no processo administrativo do Conselho de Disciplina. A decisão foi publicada no fim de junho e o pedido de transferência para um presídio comum foi deferido no mês passado. Preso por assassinar a esposa Natalin Maia na madrugada de 4 de fevereiro deste ano, ele estava detido na Base Aérea de Campo Grande, já que era militar. Em ofício, o comandante, brigadeiro do ar Clauco Fernando Vieira Rossetto, comunicou a exclusão do réu das fileiras da FAB.