Os consumidores de energia elétrica atendidas pela concessionária Energisa tiveram uma surpresa desagradável neste mês com as contas de luz chegando com valores até 44,8% maiores. De acordo com matéria publicada pelo jornal O Estado MS, a empresa culpa as altas temperaturas do inverno para o aumento salgado nas contas.
Para quem pagou R$ 278,33 no mês de julho, a conta de R$ 403,23 do mês de agosto pesou no bolso. O maior consumo já era previsto pelo ONS (Operador Nacional do Sistema Elétrico), que projetou para setembro um crescimento de 3,4% na demanda por eletricidade no País, na comparação com o mesmo período do ano passado.
Com tal cenário, Energisa alerta para que consumidores economizem já que o maior gasto reflete diretamente nos tributos e encargos inclusos na conta, tais como a Cosip (custeio da iluminação pública) e o ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços).
Segundo o movimento popular Energia Cara Não, as reclamações têm sido constantes e muitos consumidores chegaram a receber contas de até R$ 900,00. Vale lembrar que, desde a chegada da pandemia do novo coronavírus, a Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica), no dia 26 de maio, optou por manter a bandeira tarifária verde até o dia 31 de dezembro deste ano.
Com isso, os consumidores não terão acréscimos na tarifa. A medida foi tomada em virtude do cenário de pandemia da Covid-19. Em março deste ano, a Agência declarou a proibição do corte de energia por 90 dias com validade também para os serviços considerados essenciais no enfrentamento da pandemia do novo coronavírus.
Com isso, a decisão permaneceu vigente até o dia 31 de julho. Contudo, em julho, a agência informou que manteria a decisão da proibição de cortes para os consumidores de baixa renda até 31 de dezembro.
Questionada se o maior consumo é recorrente nos meses mais quentes do ano, a Energisa recomenda que os clientes se atentem a esses períodos principalmente após a chegada da pandemia e do isolamento social que contribuem para um número maior de pessoas nas residências e o consequente consumo.
Além disso, pontua que caso os consumidores encontrem divergências e dúvidas sobre os valores pagos em suas contas que entrem em contato a fim de que uma análise completa seja realizada.
A Energisa orienta ainda que o cliente sempre entre em contato com a concessionária para que a análise seja feita individualmente, utilizando preferencialmente os canais de atendimento digitais, que funcionam 24h e estão prontos para solucionar demandas desde parcelamento de contas a solicitações de novas ligações e troca de titularidade.
Com o aumento de reclamações, o Concen destaca que contas podem ter redução no próximo ano. Nas últimas semanas o número de consumidores insatisfeitos com os valores cobrados em suas contas de luz aumentou, mas uma possível redução na tarifa só acontecerá no próximo ano e a luta pela cobrança em valor fixo do ICMS.
A Energisa Mato Grosso do Sul está com uma tarifa um pouco maior do que antes da pandemia (6,9%). Para o ano que vem, há uma perspectiva de diminuição da tarifa entre 5% e 15%. A preocupação são os tributos que impactam até 47%, algo difícil de ser modificado, pois todos os valores possuem uma lei para a sua cobrança.