Empresa terceirizada pela UFMS por R$ 9 milhões deixa 200 funcionários “na mão” e sem salário

A empresa Prime Clean, que tem contrato de R$ 9 milhões com a UFMS (Universidade Federal d3e Mato Grosso do Sul) para o serviço de limpeza nos 11 campus da instituição de ensino superior, não paga em dia os salários dos seus funcionários há pelo menos sete meses.

Com o fim do contrato com a UFMS, 200 funcionários estão sem receber o salário do mês de agosto e a rescisão trabalhista. Diversos trabalhadores que prestavam serviço de limpeza, conservação e asseio relataram dificuldade financeira e falta de respaldo da empresa em relação ao pagamento e rescisão trabalhista.

“Meu aluguel está atrasado, estou sem gás em casa e eles não dão uma previsão para nos pagar”, disse um dos funcionários. “A gente não sabe mais o que fazer pra receber da empresa terceirizada presta serviço pra UFMS. Eles não falam com a gente”, disse outro funcionário.

O contrato da UFMS com a Prime Clean para a gestão e execução de Limpeza, asseio e conservação em 11 campus da UFMS, incluindo Campo Grande, terminou em 31 de agosto de 2023, com valor global acumulado em R$ 9.312 milhões. Todos os funcionários foram desligados da empresa, mas sem previsão de receber seus direitos trabalhistas.

No portal da transparência da UFMS, o contrato com a Prime Clean consta com pendências de relatório final e, de acordo com o Sindicato dos Trabalhadores nas Empresas de Asseio e Conservação, essa falta de documentos têm impedido a liberação de recursos para custear as despesas trabalhistas.

O presidente do sindicato, Ton Jean Ramalho Ferreira afirma que a folha de pagamento está estimada em R$ 500 mil, mas há mais de R$ 1 milhão em conta garantia. “A UFMS tem travado devido a pendências com a empresa. Fizemos uma assembleia na semana passada, onde foi aprovado que entraríamos com uma ação coletiva do fazer contra a UFMS e a Prime Clean”, explica.

Os 200 funcionários atuavam em 11 campus da UFMS no Estado e não receberam o salário referente a agosto, que deveria ser pago até 6 de setembro. Sobre a rescisão trabalhista, o sindicato afirma que o prazo para pagamento ainda não venceu.

Ainda conforme informações do presidente do sindicato, uma nova empresa assumiu com contrato emergencial e absorveu a maioria dos funcionários da Prime Clean. Ton Jean ainda explica que esse tipo de situação acontece com terceirizados de entidades federais, pois há um hiato de até 90 dias para o pagamento das notas.

“A data em que a empresa recebe é diferente da data do pagamento dos salários dos servidores e as empresas têm que ter caixa de 90 dias para custear as despesas, o que acontece é que geralmente não aguentam arcar com os custos e o prazo para pagamento”, conta o presidente do sindicato.

 A reportagem entrou em contato com a UFMS que emitiu nota explicando que o contrato de limpeza e conservação predial com a empresa Prime Clean foi rescindido em 31 de agosto de 2023.

Durante a vigência contratual, a UFMS alega que sempre pagou a empresa em dia, não tendo atrasos de repasse à empresa por parte da UFMS. Entretanto, a UFMS alega que a empresa não enviou o pagamento de salários, verbas rescisórias, FGTS e previdência dos funcionários para receber todos os vencimentos finais de rescisão do contrato.

“A UFMS, juntamente com sua Procuradoria Federal, está acompanhando diariamente a situação e cobrando, por todas as maneiras administrativas possíveis, o integral cumprimento das obrigações da empresa, para que todos os valores devidos aos seus colaboradores sejam pagos o quanto antes”, diz a nota. Com informações do site Midiamax